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Com bitcoin em queda, empresas de mineração geram menos receita e veem suas ações despencarem

Empresas especializadas na mineração de bitcoin estão entre as que mais sofrem com a queda da maior criptomoeda do mundo, que opera em baixa de mais de 50% desde sua máxima histórica

Processo de mineração consiste no uso de poder computacional para validar as transações da rede blockchain (Bloomberg/Getty Images)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 2 de junho de 2022 às 17h19.

Última atualização em 2 de junho de 2022 às 17h33.

Desde o início de 2022, o bitcoin se encontra em um momento difícil. Movimentos de queda seguidos fizeram com que o preço da criptomoeda chegasse a estar mais de 50% abaixo de sua máxima histórica, atingida no final de 2021. E o ocorrido não afeta apenas os investidores, mas também as empresas de mineração, cujo baixo desempenho se reflete em suas ações.

A mineração de bitcoin já foi uma prática bastante lucrativa, tanto que empresas se especializaram e chegaram às bolsas de valores em todo o mundo. No entanto, com o bitcoin em queda, as mineradoras estão entre as que mais sofrem.

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Empresas do setor listadas na Nasdaq e na Bolsa de Valores de Toronto fecharam a última quarta-feira, 1º, com suas ações em queda. Algumas chegaram a cair dois dígitos, como a Core Specific, que caiu 14,16%, e a Hut 8, com queda de 11,31%, ambas na Bolsa de Valores de Toronto.

A queda nas ações de mineradoras listadas em bolsa pode estar ligada às suas receitas. Apenas no mês de maio, a receita gerada pela mineração de bitcoin foi de US$ 906,2 milhões, um número 21,6% menor que o mês anterior, de acordo com dados da The Block Research.

-(Mynt/Divulgação)

Em comparação com outubro de 2021, a queda é ainda maior, de cerca de 47%. Desde então, as receitas de empresas de mineração vem caindo, com exceção do mês de março, que obteve um ligeiro aumento.

Na época, o preço do bitcoin variava entre cerca de US$ 50 mil e US$ 60 mil. Como boa parte da receita destas empresas é gerada em unidades da criptomoeda, a partir das recompensas recebidas pela mineração, elas podem ter sido diretamente impactadas pela queda no preço do bitcoin, que atualmente está cotado em aproximadamente US$ 30 mil.

De acordo com dados da The Block Research, a maior parte do bitcoin veio do subsídio de recompensa em bloco (US$ 890,01 milhões) e apenas uma pequena parte das taxas de transação (US$ 16,18 milhões).

A Bitfarms, uma empresa de mineração de bitcoin, teve suas ações sendo negociadas em queda de 6,47% na Nasdaq e 6,69% na Bolsa de Valores de Toronto na última quarta-feira, 1º.

De acordo com um comunicado, a produção média diária de bitcoin da empresa aumentou para 13,9 BTC por dia—um aumento de 3% em relação a abril. Em maio, a Biftfarms minerou 431 unidades da criptomoeda.

“As operações de mineração da Bitfarms continuam lucrativas, mesmo com a queda nos preços do bitcoin”, disse Ben Gagnon, diretor de mineração da Bitfarms.

Por outro lado, os mineradores de ether tiveram 1,08 vez mais receita do que os mineradores de bitcoin em maio. A criptomoeda nativa da rede Ethereum está em seus últimos dias de mineração, já que uma atualização prevista para ser implementada ainda em 2022 pretende mudar o mecanismo de consenso da rede para prova de participação, um modelo que escolhe seus validadores a partir da quantidade de moedas que eles possuem bloqueadas na rede.

Considerado mais amigável ao meio ambiente, o mecanismo pode ser o fator que irá impulsionar o preço da criptomoeda no futuro, de acordo com a CEO da gestora de George Soros, Dawn Fitzpatrick.

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