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Blockchain tem característica que pode impedir "censura" em redes sociais, diz gestora

Em relatório, analistas do Bernstein analisaram casos recentes envolvendo plataformas de redes sociais e autoridades de diferentes países

Blockchain: tecnologia tem característica de imutabilidade (Reprodução/Reprodução)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de setembro de 2024 às 16h22.

A gestora Bernstein divulgou um relatório nesta semana em que avalia que a tecnologia blockchain possui uma característica que poderia impedir casos de "censura" em redes sociais , citando exemplos recentes de choques entre as plataformas sociais e governos de diferentes países.

No relatório, os analistas apontaram exemplos como a carta de Mark Zuckerberg sobre os pedidos do governo dos EUA para retirar publicações no Facebook, a prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, na França e a d ecisão do ministro Alexandre Moraes de proibir as operações do X, antigo Twitter, no Brasil.

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Os casos envolvem tensões em torno do cumprimento de leis por grandes empresas de tecnologias, em especial em torno da remoção de conteúdos, mas os analistas do Bernstein defendem que a posição é, na verdade, de combate a esforços de "censura", uma definição contestada por especialistas.

Mesmo assim, a visão da gestora é que a característica de imutabilidade do blockchain poderia evitar esses choques ao impossibilitar a remoção de conteúdos nas redes sociais ou a retirada de contas de usuários. No lugar, seria possível adicionar contexto a publicações.

Os analistas avaliam, porém, que esses elementos também apresentam suas complexidades, em especial em torno da própria definição de verdade, quem decide o que é uma informação verídica, qual o papel dos governos nesses processos e possíveis pressões de censura ainda existentes.

O Bernstein comenta que existem projetos no mercado de redes sociais descentralizadas, como o Mastodon e o Blue Sky, mas no geral eles tiveram uma "tração modesta no número de usuários e enfrentam desafios para criar uma rede de usuários, já que a maioria ainda prefere as plataformas centralizadas".

Futuro das redes descentralizadas

Na visão dos analistas, uma forma potencial de crescimento dessas redes é o aproveitamento da possibilidade de tokenizar e criar mercados em redes blockchain, o que poderia inserir mais os usuários nesses projetos e incentivar um engajamento e fidelização.

Um exemplo nesse caminho, afirmam, é o Polymarket, uma plataforma descentralizada criada no blockchain Polygon e que permite que os usuários façam e criem suas próprias apostas para uma série de eventos, incluindo as eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024.

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O relatório diz ainda que seria possível evitar uma disseminação de conteúdos criados por inteligência artificial a partir de ferramentas de prova de "humanidade", como a chamada prova de conhecimento zero (zero-knowledge-proof, em inglês). Nesse sentido "conforme a IA traz abundância, produtividade e criatividade, o blockchain a equilibra com a verdade, escassez e poder na descentralização".

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