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Após colapso em corretora cripto, CEO pede desculpas: 'estraguei tudo'

CEO e fundador de corretora que protagoniza um dos maiores colapsos do mercado de criptomoedas busca tranquilizar investidores

Sam Bankman-Fried, CEO da FTX (Getty Images/Reprodução)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 14h19.

Após quase 48 horas sem se pronunciar, Sam Bankman-Fried, o CEO da FTX, voltou a usar o Twitter para se comunicar com o mercado de criptomoedas. Após pedir desculpas por “estragar tudo”, Bankman-Fried fala sobre os possíveis rumos que a exchange pode tomar.

O executivo voltou a defender o argumento de que a exchange possui ativos para cobrir os depósitos dos usuários. Ele ressalta, porém, que esse lastro está em criptomoedas, e varia de acordo com a volatilidade nos preços. Além disso, alguns dos tokens presentes no caixa da FTX ainda estão ilíquidos, já que não podem ser vendidos em razão de acordos de investimento.

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-(Mynt/Divulgação)

“Eu estraguei tudo”

Com um gerenciamento que rendeu um rombo em liquidez estimado em US$ 6 bilhões, o CEO da FTX foi ao Twitter pedir desculpas. SBF diz que deveria ter sido mais transparente nos últimos dias, mas não podia comentar sobre o processo de possível aquisição pela Binance.

O executivo da até então segunda maior exchange do mundo explica que, apesar de possuir colateral para cobrir os fundos dos clientes, isso é “diferente de liquidez”. É onde Bankman-Fried diz que “estragou com tudo duas vezes” ao calcular de forma errônea a margem para processar saques de usuários.

“O que eu acreditava antes era: alavancagem zerada e liquidez em dólares 24 vezes maior do que a média de saques diários; o que realmente aconteceu: alavancagem de 1,7 vezes e liquidez de apenas 0,8 comparada aos saques de domingo [dia em que usuários começaram a sacar valores de forma massiva após uma publicação feita pelo CEO da Binance, Changpeng Zhao].”

“Prioridade nº1 são os usuários”

Finalizado o resumo do que, em sua própria concepção, foi feito de errado durante os últimos dias, Sam Bankman-Fried diz que sua “prioridade número um são os usuários”. Embora não tenha revelado quais serão as medidas tomadas, SBF diz que “fará tudo dentro de seu alcance” para honrar os saques.

“Estamos passando a semana toda fazendo tudo que é possível para levantar liquidez. Eu não posso fazer promessas, mas eu vou tentar. E darei tudo que eu tenho, se isso for fazer as coisas funcionarem”, diz o CEO da FTX.

Além de estar buscando liquidar todos os criptoativos passíveis de venda, SBF acrescenta que está conversando com outras empresas. Não foram especificados, no entanto, quais são as empresas, tampouco quais propostas estão sendo conduzidas. Com os saques pendentes processados, os próximos a receberem são os investidores da exchange e seus funcionários.

O que será da FTX?

A Alameda Research, companhia de trading ligada à FTX, será descontinuada. Sobre a exchange, Bankman-Fried diz que “não sabe ao certo” o que acontecerá, e que tudo depende dos acontecimentos da próxima semana.

Caso a FTX continue operando, seu CEO afirma que o foco será em transparência total, algo que ele classifica que já deveria ser prioridade. “O mais próximo de transparência de blockchain, para que as pessoas saibam o que exatamente está acontecendo”, acrescenta.

Quanto aos acionistas, SBF explica que haverá um processo em que todos darão suas opiniões sobre o processo de governança da empresa. “Eu não continuarei por aqui, caso não me queiram.” Ele destaca, entretanto, que “nada disso importa agora”, e que o foco é nos clientes.

Próximo de encerrar seu esclarecimento sobre o que tem acontecido com a FTX, Bankman-Fried menciona um “companheiro de sparring”, e que talvez poderá falar mais sobre ele no futuro.

“Em algum momento, eu talvez tenha mais a dizer sobre um, digamos, companheiro de sparring. Mas você sabe, tenho telhado de vidro. Por enquanto, o que eu vou dizer é: bem jogado, você venceu.”

Por fim, SBF pede desculpas novamente por travar milhões de dólares em saque, e diz que manterá o mercado cripto atualizado.

Caso segue com novos desdobramentos

Autoridades estadunidenses, após o pronunciamento de SBF, requisitaram à Tether o bloqueio de US$ 46 milhões em USDT ligados a um endereço da FTX. Além disso, o órgão regulador financeiro do Japão exigiu que a exchange paralise suas operações no país imediatamente.

Um relato da Axios diz que uma das empresas procuradas pela FTX para um possível resgate é a exchange estadunidense Kraken. Além disso, o fundador da criptomoeda Tron, Justin Sun, demonstrou interesse em adquirir a exchange.

Quanto ao dinheiro de seus clientes, o Wall Street Journal noticiou que a FTX, de fato, usou os fundos para “financiar apostas arriscadas”.

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