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OPINIÃO | Fortaleza chega ao topo do Brasileirão graças a um modelo de gestão sólido e eficiente

Futebol brasileiro tem poucos cases de gestão financeira eficiente

Partida entre Fortaleza e Ceará: os dois clubes venderam direitos do Brasileirão à Turner até 2024 (Jarbas Oliveira/AllSports/Fotos Públicas)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de agosto de 2024 às 08h00.

Por Amir Somoggi*

Normalmente são clubes com altas receitas da TV, patrocínios e transferências de jogadores ou com investimentos externos (fora do orçamento) os que acabam chegando ao topo da classificação.

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Assim, quando um clube com orçamento mais modesto, e gestão equilibrada supera os mais gastões é necessário dar luz a esse modelo eficiente.

Nesse momento após mais de 22 rodadas realizadas na Série A 2024, Fortaleza ocupa a 2ª posição na classificação da competição, com um jogo a menos que o líder Botafogo, que está a apenas um ponto.

Não sabemos qual será a classificação final, mas a chegada do clube ao topo, com orçamento muito menor que outros times, mostra que modelo é exitoso.

O modelo de gestão do Fortaleza é focado em um tripé:  Maximização de receitas + Controle orçamentário + Crescimento sem dívidas.

Clube sempre buscou crescer de forma orgânica, controlando os gastos e mantendo rígido controle, para não ficar endividado. Quanto mais faturou, menos gerou dívida. Caso raríssimo no nosso futebol, especialmente entre clubes com receitas menores.

A eficiência da gestão do Fortaleza fica comprovada na comparação de seus custos com futebol com os demais clubes brasileiros.

Clube gasta 3,8X menos que o Flamengo, 3,2X menos que Palmeiras e 3X menos que Corinthians com o departamento de futebol

Atualmente os custos com futebol do Fortaleza consomem R$ 221 milhões, frente aos R$ 412 milhões do líder Botafogo, R$ 849 milhões do Flamengo e R$ 697 milhões do Palmeiras

Desafios que o Fortaleza superou

Fortaleza conseguiu ampliar receitas mesmo com enormes desafios a superar, especialmente relacionados a sua localização, distante do eixo Rio-SP.

Clube é o que mais viaja pelo Brasil para jogar a Série A, um fator crítico para clubes de futebol.

Houve um expressivo crescimento em receitas com o torcedor, mesmo com menor renda, que clubes do Sudeste e Sul.

Fortaleza conseguiu ampliar engajamento nas redes sociais, já que são mais de 104 milhões de interações anuais, maior que muitos clubes.

E soube realizar investimentos no futebol com eficiência e resultados evidentes.

Fortaleza virou case, pois, gastando menos e com responsabilidade, chegou mais longe.

*Amir Somoggi é sócio da consultoria Sports Value

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