Eliminatórias: com 34 convocados, Brasileirão se consolida como principal centro sul-americano
Campeonato Brasileiro cedeu jogadores para oito das nove seleções filiadas à Conmebol na primeira data das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 15h18.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 15h25.
A última Data Fifa contou com 16 clubes do Campeonato Brasileiro cedendo, juntos, 34 jogadores para a disputa das primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo 2026 . 20 destes disputaram pelo menos uma das partidas. Os destaques foram Jhon Arias, meia do Fluminense, com uma assistência na partida contra a Venezuela e Augstín Cannobio, com um gol na derrota para o Equador.
Dentre as dez seleções da Conmebol, nove convocaram atletas que atuam na elite brasileira. Na comparação com as principais ligas da América do Sul, o Brasil é a que mais cedeu atletas para a disputa das partidas.
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A dominância nacional, porém, não se reflete só nos convocados. Desde a conquista do River Plate, em 2018, as edições seguintes da Libertadores tiveram não apenas campeões brasileiros, mas também finais com a presença de dois clubes brasileiros.
Esta disparidade entre o Campeonato Brasileiro e as outras ligas da América do Sul também é observada ao se comparar o valor de mercado dos torneios sul-americanos. Hoje, o Brasileirão vale cerca de 1,45 bilhão de euros, enquanto a segunda liga mais valiosa do continente, a Superliga Argentina, tem valor de mercado de 797,6 milhões de euros.
Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, analisa o fortalecimento do Brasileirão e afirma que a tendência é um domínio ainda maior sobre as outras ligas do continente: “O Brasil concentra o maior valor de investimentos na América do Sul em função da economia e relevância do esporte. À medida em que a Liga se consolida, a tendência é que a discrepância entre os campeonatos aumente. Existiria uma maior concentração ainda maior de recursos no Brasil”.
Outro fator que ajuda a explicar o protagonismo brasileiro no mercado é o número de estrangeiros que disputam o Brasileirão. Na edição de 2023, a competição bateu recorde de jogadores não brasileiros participantes: são mais de 110, representados por 16 nações diferentes - Argentina, Uruguai, Portugal, Colômbia, Paraguai, Chile, Equador, Itália, Venezuela, Espanha, Bolívia, Bulgária, Argélia, França, Estados Unidos e Nicarágua.
Nesse cenário, Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, clube que cedeu três jogadores nesta Data-Fifa e conta com nove estrangeiros no seu plantel, afirma que a abertura de portas para atletas de outros países fortalece o nível de competitividade do Brasileirão.
“Pela nossa história, o clube sempre recebeu muito bem jogadores internacionais. É algo no nosso DNA. Muitos jogadores de qualidade podem ser encontrados em outros mercados, e isso fortalece ainda mais o nível de competição aqui no Brasil”, conclui Barcellos.
O mercado brasileiro se consolidou a ponto de ser atrativo para jogadores que passaram pelo mais alto escalão do futebol mundial, como Luis Suárez, James Rodríguez, Payet, Valencia e Marcelo. Para Darwin Filho, CEO do Esportes da Sorte, atletas desse calibre apenas contribuem para o crescimento do futebol local e para a arrecadação de receita.
“Na situação de grandes atletas internacionais, como foi com Luis Suárez, um impacto é causado positivamente dentro e fora de campo. Ficamos muito felizes em ver o futebol brasileiro crescendo e ainda poder ajudar as nossas equipes parceiras”, afirma Darwin.
A contratação de grandes jogadores também reflete positivamente no marketing dos clubes. Atletas internacionais de renome são enormes atrativos para a comercialização dos direitos de transmissão e para a captação de novos torcedores ao redor do mundo. Nesta edição, mais de 150 países em 13 línguas diferentes vão televisionar o Brasileirão.
Nesse cenário, Alexandre Vasconcellos, head de clubes da End to End, empresa que realiza ativações com torcedores e constitui-se como um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo, entende que a presença dos “gringos” nos elencos colabora para a internacionalização do futebol brasileiro. “É importante a presença desses estrangeiros na liga de nosso país. Hoje, já há um movimento em que o futebol brasileirro vende direitos para emissoras de outros países, em que os atletas de renome internacional despertam grande prestígio”, conclui Alexandre.
Veja os 34 convocados de times do Brasileirão, para as seleções principais :
Brasil: Lucas Perri (Botafogo), Nino (Fluminense), André (Fluminense) e Raphael Veiga (Palmeiras);
Argentina: Zapelli (Athletico-PR) e Esquivel (Athletico-PR);
Bolívia: Fernando Nava (Athletico-PR), Miguelito (Santos) e Enzo Monteiro (Santos);
Chile: Arturo Vidal (Athletico-PR), Kuscevic (Coritiba), Pulgar (Flamengo), Charles Aránguiz (Internacional) e Gary Medel (Vasco);
Colômbia: Jhon Arias (Fluminense), Richard Ríos (Palmeiras) e James Rodríguez (São Paulo);
Equador: Jhoanner Chávez (Bahia), Enner Valencia (Internacional), Léo Realpe (RB Bragantino), José Hurtado (RB Bragantino) e Arboleda (São Paulo);
Nicarágua: Jacob Montes (Botafogo);
Paraguai: Matías Rojas (Corinthians), Mathías Villasanti (Grêmio) e Gustavo Gómez (Palmeiras);
Uruguai: Canobbio (Athletico-PR), Bruno Méndez (Corinthians), Felipe Carballo (Grêmio), Sérgio Rochet (Internacional), Piquerez (Palmeiras) e Puma Rodríguez (Vasco);
Venezuela: Tomás Rincón (Santos), Soteldo (Santos);