ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Summit ESG: grandes empresas devem compartilhar iniciativas sustentáveis com PMEs

Para os debatedores, as corporações têm um papel importante na atração de stakeholders para seus programas de ESG e assim aumentar o alcance de ações socioambientais e de governança

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 7 de junho de 2024 às 14h13.

Última atualização em 11 de junho de 2024 às 10h29.

yt thumbnail

Seja qual for o tamanho da empresa, o processo de implantação da estratégia ESG é desafiador, em especial no desenvolvimento de ferramentas que auxiliem na mensuração dos avanços alcançados ao longo do tempo.

O painel "O poder de influência das grandes corporações" faz parte da programação do Summit ESG 2024, promovido pela Examea maior publicação de negócios do Brasil. Os encontros fazem parte da programação do “Mês do ESG 2024”.

Sob a mediação de Renata Faber, diretora ESG da Exame, participam do encontro Onara Lima, fundadora da ESG Advisory, Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, Rede Brasil, e Rodrigo Figueiredo, Former Chief Sustainability & Procurement da Ambev, apontam caminhos a partir da influência exercida pelas grandes corporações.

Summit ESG: Renata, Figueiredo, Pereira e Onara debatem como as corporações podem levar sua experiência em sustentabilidade para além do seu negócio (Reprodução)

Papel da liderança

Figueiredo, com um histórico em grandes corporações, acredita que as empresas devem exercer a liderança na hora de influenciar positivamente todo o ecossistema em que estão inseridas.

Na Ambev, por muito tempo, a estratégia partia de um olhar para dentro do negócio no desenvolvimento de ações voltadas à sustentabilidade. O primeiro relatório das atividades da área, em 2023, era focado em ações ligadas ao consumo de água e energia, além de reciclagem interna.

Só depois de dois ciclos de compromissos, ao olhar para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU, a Ambev entendeu que era preciso transbordar as iniciativas para a cadeia de fornecedores, o que levou a mudanças, como passar a responsabilidade pela sustentabilidade ambiental para a área de cadeia de suprimentos.

Com a decisão da Ambev de adotar um modelo mais colaborativo, compartilhando experiências com os fornecedores, foram criados comitês com a participação de especialistas com o objetivo de buscar formas de gerar mais impacto.

“Vamos abrir as portas para os fornecedores aprenderem conosco e, ao mesmo tempo, direcioná-los para uma parceria com a gente. Mais do que dar o exemplo, decidimos influenciar”, relata Figueiredo. Os compromissos passaram a ser incluídos nos contratos, com prêmios aos fornecedores mais engajados. “Foi um jogo de ganha-ganha-ganha. Ganhavam a Ambev, o fornecedor e a sociedade.”

Ganhos para as PMEs

Com a experiência em grandes empresas e contato com pequenas e médias, Onara cita que, em primeiro lugar, é preciso romper com a ideia de que os empreendimentos menores não podem aderir a uma pauta sustentável.

“A jornada pode não ter o mesmo peso nas pequenas e médias. Mas se elas estão inseridas na cadeia de valor das grandes, que já têm uma série de compromissos e responsabilidades, certamente isso vai reverberar para a cadeia de fornecedores”, diz a consultora.

O processo, na opinião de Onara, deve passar pelo entendimento de que se trata de uma jornada e que, quanto maior for o preparo para atender a esses requisitos inseridos pelos grandes parceiros de negócios na sua cultura, maior será a competitividade e o protagonismo daquele pequeno e médio empreendimento. “A parceria deve ser criada de mãos dadas.”

Além da mitigação

Mas qual deve ser o papel da iniciativa privada em relação à crise climática? Carlo Pereira critica quando as lideranças empresariais olham para o problema apenas do ponto de vista da oportunidade.

Para o representante do Pacto Global, no Brasil, ainda há um foco grande na busca de formas de mitigação, uma agenda que é muito relevante nos países desenvolvidos – com uma estrutura mais adaptada do que nos países em desenvolvimento.

“No entanto, não olhamos para a adaptação, a resiliência no Brasil e em países em desenvolvimento. Temos visto eventos climáticos cada vez mais extremos e frequentes e os estragos que têm causado, como no Rio Grande do Sul, com bilhões em estragos. Quanto estamos adaptados e olhando para os impactos físicos dos eventos extremos?”, provoca Pereira.

 Summit

Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e promove debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação

Ainda em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país está marcada para o dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.

Acompanhe tudo sobre:ESGeventos-exameSustentabilidadePMEsMudanças climáticasMês do ESG 2024

Mais de ESG

Proteína de algas marinhas pode potencializar antibióticos e reduzir dose em 95%, aponta estudo

Como distritos de Mariana foram reconstruídos para serem autossustentáveis

'Rodovia elétrica' entre Etiópia e Quênia reduz apagões e impulsiona energia renovável na África

Ascensão de pessoas com deficiência na carreira ainda é desafio, diz estudo