ESG

Por que Bradesco e Itaú participam de aliança global de descarbonização

Os maiores bancos brasileiros de varejo entraram para a Net-Zero Banking Alliance e, para chegar ao net zero, dependem da boa vontade dos clientes

Energia: estudo aponta caminhos para o mercado de carbono no Brasil  (Agency/Getty Images)

Energia: estudo aponta caminhos para o mercado de carbono no Brasil (Agency/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 14h10.

Bradesco e Itaú, os dois maiores bancos brasileiros de varejo, divulgarão, a partir deste ano, um relatório com as ações em curso para atingir a neutralidade em carbono. O documento deverá conter dados sobre o progresso da descarbonização, metas de curto, médio e longo prazos e permitir a verificação das informações por terceiros.

Esse é um passo importante do setor financeiro para a descarbonização da economia. Com os compromissos firmados, os grandes bancos colocam a própria reputação em risco, caso não cumpram com o combinado – e no mercado financeiro, reputação é quase tudo. Mas, por que entrar para a aliança neste momento?

Para o Itaú, a questão está no engajamento dos clientes. “Só seremos carbono zero se os nossos clientes também forem”, afirma Luciana Nicola, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do banco. “Precisamos ser propositivos.” A instituição financeira lançou, em 2019, um conjunto de oito compromissos de impacto. Além da descarbonização, há também a meta de alocar 400 bilhões de reais para setores de impacto positivo.

Nicola afirma que mais da metade das emissões de escopo 3 do banco estão concentradas em 35 grandes grupos econômicos, sendo que 25 deles já possuem compromissos assumidos e menos de 5 não possuem compromisso algum. “São eles que vão precisar de mais ajuda”, diz a executiva.

No Bradesco, que foi o primeiro a aderir à Net-Zero Banking Alliance, a motivação é parecida. Segundo Marcelo Pasquini, líder de sustentabilidade do banco, o intuito por trás da iniciativa é auxiliar os clientes a fazer a transição. “Não vamos atingir o objetivo, que é comum a todos, excluindo empresas”, diz Pasquini.

Os dois bancos precisam divulgar metas para os setores mais intensivos em carbono até o final deste ano. Até 2025, as metas para todos os setores devem estar publicadas. O Santander também aderiu à iniciativa, mas globalmente. Ou seja, provavelmente, irá faltar crédito para quem, pelo menos, não começar a se adequar aos novos tempos.

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