Na COP da África, EUA olha para o continente e anuncia US$ 150 milhões para adaptações climáticas
Na COP27 foram detalhados os valores destinados para iniciativas como segurança alimentar, alerta para riscos climáticos, captação de recursos e mais
Marina Filippe
Publicado em 12 de novembro de 2022 às 07h39.
Última atualização em 12 de novembro de 2022 às 07h39.
A destinação de mais de US$ 150 milhões para adaptação a partir das mudanças climáticas foram anunciados na COP27, a Conferência das Partes. O pacote foi anunciado em uma sessão especial sobre ações para África, co-organizada por Sameh Shoukry, presidente da COP27, e John Kerry, enviado presidencial dos Estados Unidos para o Clima.
“O principal desafio para os países africanos é acessar o financiamento para a ação climática. Reconhecendo que o progresso na adaptação é crucialmente necessário, lançamos há alguns dias aqui na COP27 a Agenda de Adaptação de Sharm-El-Sheikh.", disse Shoukry.
Como parte do Plano de Emergência dos Estados Unidos para Adaptação e Resiliência, doboru-se o compromisso do Fundo de Adaptação para US$ 100 milhões. Além disso, a iniciativa oferece US$ 150 milhões no continente africano. A iniciativa Adaptação na África anunciada anteriormente, em junho de 2022, tem o potencial de resultar US$ 4 a 10 para cada dólar investido.
Como estão os investimentos atuais:
• US$ 13,6 milhões para um Mecanismo de Financiamento de Observações Sistemáticas, que ajudará a preencher as lacunas de observação do tempo, água e clima na África.
• US$ 15 milhões para apoiar o desenvolvimento e implantação de sistemas de alerta precoce na África, o que pode reduzir pela metade o número de pessoas que precisam de assistência de emergência até 2030, e de 200 milhões para 10 milhões de pessoas até 2050.
• US$ 10 milhões para apoiar a capacitação dos atuais e futuros tomadores de decisão da África. Isso inclui US$ 10 milhões para apoiar o lançamento de um novo centro de adaptação no Egito – o Cairo Centre for Learning and Excellence on Adaptation and Resilience.
• US$ 2 milhões para o Programa de Integração de Resiliência e Adaptação para capacitar os governos e gerenciar riscos climáticos.
• US$ 3,5 milhões em apoio à Iniciativa dos Países Menos Desenvolvidos para Adaptação Eficaz e Resiliência, ajudando países africanos como Uganda, Malawi, Gâmbia e Burkina Faso a melhorar o acesso ao financiamento de adaptação para os mais vulneráveis.
• Expandir o acesso ao seguro baseado em risco para os mais vulneráveis, apoiando grupos regionais de seguro de risco, incluindo a contribuição de US$ 12 milhões para o Programa de Financiamento de Risco de Desastres na África e US$ 12 milhões para a ARC Ltd.
• US$ 25 milhões para a Iniciativa de Adaptação à África (AAI), que é hospedada pelo governo egípcio, para lançar o Acelerador de Segurança Alimentar da AAI, que acelerará e aumentará drasticamente os investimentos do setor privado em segurança alimentar resiliente ao clima em África.
• Incentivar a inovação do setor privado por meio de US$ 3,8 milhões investidos.; além de US$ 2 milhões para lançar uma janela de adaptação do Laboratório de Inovação Global para Financiamento Climático.
• US$ 100 milhões em financiamento de adaptação no ano fiscal de 2022 para apoiar os sistemas alimentares.
Representantes dos Estados Unidos da América também anunciaram o lançamento de uma iniciativa para apoiar o Egito na implantação de 10 GW de novas energias eólica e solar enquanto desativa cinco GW de geração ineficiente de gás natural.
"Estamos completamente comprometidos em trabalhar em conjunto com nossos parceiros para apoiar comunidades vulneráveis em seus esforços para, infelizmente, se adaptar aos impactos das mudanças climáticas", disse Kerry.
No início desta semana, em um comunicado divulgado pela Embaixada dos EUA no Cairo, Kerry afirmou que é necessário um investimento “sem precedentes” em energia limpa para limitar o aquecimento a 1,5°C e evitar impactos climáticos catastróficos nas comunidades em todo o mundo. Sua declaração acrescentou que “o investimento anual em energia limpa deve triplicar para US$ 4,2 trilhões até 2030”, com mais da metade desse investimento necessário para economias emergentes e em desenvolvimento.