ESG na lata: por que a JBS investe na fabricação de embalagens metálicas
Empresa inaugura fábrica de recipientes metálicos em São Paulo e aumenta capacidade de produção para 1 bilhão de latas. Onda ESG deve impulsionar setor
Rodrigo Caetano
Publicado em 12 de maio de 2021 às 11h53.
Última atualização em 12 de maio de 2021 às 15h18.
Os alimentos enlatados provocaram uma revolução no mercado de alimentação na virada do século 19 para o 20. A tecnologia tornou possível a conservação da comida durante o transporte de longa duração. Mas, há décadas que o plástico substituiu as latas como a forma mais eficiente de armazenar produtos in natura. Então, por que a maior empresa de proteína animal do mundo investiu 80 milhões de reais para construir uma fábrica de embalagens metálicas no interior de São Paulo?
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No final de abril, a JBS inaugurou sua nova unidade de fabricação de latas em Guaiçara, interior de São Paulo. A empresa é a maior fabricante desse tipo de recipiente no país, capaz de produzir 1 bilhão de recipientes por ano. A fábrica foi construída já preparada para novas expansões, que deverão vir nos próximos anos. Um dos motivos para o investimento é a conscientização dos consumidores a respeito dos problemas ambientais gerados pelo consumo excessivo de plástico.
“Há um movimento, especialmente entre os mais jovens, de preferir embalagens feitas de vidro ou metal, que são mais facilmente recicladas”, afirma Marcelo Jorcovix, diretor da Zempack, a unidade de negócios da JBS responsável pela operação de latas. “Nossos produtos são totalmente recicláveis.”
A Zempack atua junto com a JBS Ambiental, braço de economia circular do grupo, em um sistema de logística reversa que reinsere as sobras de materiais na cadeia por meio de siderúrgicas. Ela também participa do Prolata, iniciativa da Associação Brasileira de Embalagens de Aço que administra centros de coleta de embalagens metálicas via cooperativas ou consumidor final.
Nova identidade
Juntamente com a expansão fabril, a gigante da carne deu uma repaginada na imagem do negócio. O nome Zempack veio desse processo, que também mexeu na identidade visual do negócio. Segundo Jorcovix, o objetivo é dar maior visibilidade ao fato de a companhia ser a maior fabricante de latas do país.
Em Guaiçara, serão fabricados, primariamente, recipientes aerossóis, utilizados em desodorantes, por exemplo. Os usos das embalagens metálicas, no entanto, estão se diversificando. “Até as bolachas enlatadas estão voltando”, diz o executivo. “É um mercado que já chega a 4 bilhões de embalagens por ano.”
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