Em meio a interesses, G7 está perto de acordo para fechar usinas a carvão
Alguns países, entre eles a França, estão em campanha para que o grupo das sete nações mais ricas abandone a fonte fóssil até 2030; o Japão, no entanto, reluta para estabelecer um prazo
Agência de notícias
Publicado em 29 de abril de 2024 às 15h39.
Última atualização em 29 de abril de 2024 às 16h42.
Os ministros do G7, as principais potências ocidentais reunidas até terça-feira, 30, na Itália, estão prestes a alcançar um acordo sobre o fechamento de suas usinas a carvão "ao longo da primeira metade dos anos 2030 ", indicou nesta segunda-feira, 29, uma fonte à AFP.
O G7 é formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Japão e Itália.
A cidade italiana de Turin, no norte, acolhe a primeira grande reunião política sobre o clima desde a COP28 em dezembro em Dubai, onde os participantes se comprometeram a renunciar progressivamente ao carvão, gás e petróleo.
O carvão é a energia fóssil mais poluente e os ativistas ambientais apelaram ao G7 a dar o exemplo.
Em um rascunho, o grupo apela a "eliminar progressivamente a atual geração de eletricidade a carvão em nossos sistemas energéticos ao longo da primeira metade da década de 2030", ou em um período compatível com o limite de aumento de temperatura de 1,5 °C, segundo uma fonte europeia.
Calendário
Os dois dias de discussões em Turim devem terminar na terça-feira com a publicação de uma declaração conjunta. Um calendário preciso significaria um passo importante. Alguns países, como a França, estão em campanha para que o G7 abandone o carvão até 2030, mas o Japão , onde um terço da eletricidade provém do carvão, está relutante em estabelecer um prazo.
Os países do G7 representam 28% da economia mundial e são responsáveis por 21% das emissões de gases de efeito estufa ( GEE ), segundo dados de 2021 do Climate Analytics.
O Acordo de Paris de 2015 estabeleceu o objetivo de manter o aquecimento abaixo dos 2 °C – se possível 1,5 °C – em relação à era pré-industrial. Para atingir a meta de 1,5 °C, especialistas da ONU estimam que as emissões devem ser reduzidas quase à metade na década atual.