Efeito ESG: Danone substitui presidente e CEO após pressão de acionistas por melhor governança
Emmanuel Faber deixa a empresa menos de um mês depois de anunciar que se dedicaria exclusivamente ao conselho
Maria Clara Dias
Publicado em 15 de março de 2021 às 12h53.
Última atualização em 15 de março de 2021 às 16h41.
A Danone anunciou nesta segunda-feira, 15, que irá substituir seu presidente e CEO, Emmanuel Faber, por Gilles Schnepp, que assume como novo presidente não-executivo de maneira imediata. A decisão veio após pressão de investidores e ativistas por melhores práticas de governança.
Faber assumiu a posição de CEO e presidente do conselho administrativo da Danone em 2014. Desde então, investiu no posicionamento da empresa como uma marca sustentável e com impacto socioambiental positivo. Com o “One Planet, One Health” (Um Planeta, Uma Saúde), selo de qualidade criado pela companhia, a Danone afirma fazer negócios de maneira sustentável, respeitando os biomas e o uso consciente de recursos naturais.
No lugar de Faber no conselho administrativo entra Gilles Schnepp, enquanto Veronique Penchienati-Bosetta, CEO internacional da Danone, e Shane Grant, CEO da empresa para a América do Norte, vão atuar em conjunto na presidência da empresa. A liderança compartilhada será uma transição enquanto a empresa busca um novo CEO.
A dança das cadeiras acontece menos de um mês após Faber afirmar que deixaria o posto de CEO da companhia, e passaria a ocupar apenas a cadeira principal no conselho de administração. A decisão, porém, desagradou acionistas, que vinham defendendo a saída definitiva de Faber desde então.
De acordo com a agência Reuters, a Artisan Partners, terceira maior acionista da Danone, e a Bluebell Capital, investidora com foco em ESG (sigla para critérios sociais, ambientais e de governança) pediram que Faber saísse, defendendo publicamente Schnepp. À época, os investidores afirmaram que Schnepp, um ex-CEO da empresa francesa de materiais elétricos Legrand, seria um presidente “verdadeiramente independente”.
Em comunicado, a empresa afirma que a decisão parte da percepção do Conselho de que há a necessidade de “combinar alto desempenho econômico e o respeito ao modelo único da Danone, uma empresa voltada para um propósito”.