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Dia mundial da vida selvagem: relembre ações do Brasil na preservação de seus biomas

Data criada pela ONU quer trazer à tona a importância da preservação ambiental para o sucesso econômico e biodiversidade

Uma onça-pintada nas margens do rio Cuiabá, no Pantanal: animal está entre as espécies ameaçadas de extinção e impactadas pelos recentes incêndios no bioma. (Buda Mendes/Getty Images)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 3 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 3 de março de 2021 às 12h14.

O Dia Mundial da Vida Selvagem, comemorado hoje (03), é um sinônimo de alerta. Criada em 2013 pela Organização das Nações Unidas (ONU) , a data é uma celebração aos esforços globais pela preservação da fauna e flora e pretende conscientizar a população sobre os perigos da exploração excessiva dos recursos naturais.

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O tema neste ano será “florestas e meios de subsistência: sustentando pessoas e o planeta" e irá destacar a importância social e econômica das florestas na subsistência de centenas de milhões de pessoas, e particularmente de comunidades indígenas e locais em  áreas florestais.

O papel da data, segundo a ONU, será o de “promover modelos e práticas de manejo da vida selvagem e florestal que acomodam o bem-estar humano e a conservação de longo prazo”.

Ao mesmo tempo, o dia lembra a todos a importância de estabelecer mecanismos de fiscalização e combate a crimes ambientais para a preservação animal. Um estudo da ONG The Nature Conservancy (TNC) mostrou que, em 30 anos, o mundo pode perder até 50% de todas as suas espécies silvestres caso não haja uma maior alocação de recursos para a preservação ambiental.

Atualmente, 25% de todas as espécies do planeta correm risco de extinção nas próximas décadas, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O evento de comemoração reunirá representantes dos Estados membros da ONU, organizações sociais e também contará com a participação do secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres. O encontro será transmitido de forma online às 10 horas da manhã (horário de Brasília).

O Brasil na luta ambiental

Duramente criticado pela inércia ambiental, o governo brasileiro tem começado a esboçar ações para mitigar os impactos do desmatamento e da exploração em massa de biomas como a Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Como exemplo está o lançamento do “Adote 1 Parque”, programa criado para atrair recursos para a conservação da Amazônia Legal. A partir do programa, empresas, fundos de investimentos e pessoas físicas poderão destinar diferentes quantias para preservar parques ecológicos da região em troca de patrocínio.

A rede de supermercados Carrefour se tornou a primeira signatária do programa ao anunciar o investimento de 4 milhões de reais para a proteção de uma área de 75 mil hectares da Amazônia.

Após a rede varejista, a plataforma de investimentos Genial anunciou na última terça-feira, 2, que irá adotar uma área de 4 mil hectares na Amazônia, e para isso, investirá 200 mil reais.

Para o futuro, o Brasil tem à sua frente a missão de explorar de maneira sustentável seus recursos naturais. Parte disso continuará sendo atingido com a ajuda da iniciativa privada e com o financiamento da biodiversidade.

Em 2020, em meio às queimadas mais severas de sua história, o Pantanal - que abriga ao menos 1.200 diferentes espécies de animais, incluindo a onça-pintada, espécie ameaçada de extinção - atraiu os olhares atentos das empresas.

Cerca de 70 companhias destinaram mais de 6 bilhões de reais em ações contra os danos a esse e outros ecossistemas, como o da Amazônia, prejudicados por queimadas e desmatamentos recordes em 2020.

O ecossistema financeiro também está particularmente interessado em manter as florestas em pé. Grande instituições como o Itaú investem capital no fomento de projetos de impacto social na Amazônia. No caso do Itaú, o valor é de 54 milhões de reais.

Em dezembro, o banco patrocinou um evento online para arrecadar fundos para dois projetos: a Rede de Sementes do Xingu e Instituto Socioambiental, que em conjunto irão trabalhar na restauração florestal e incentivo econômico de povos indígenas, agricultores e demais integrantes do ecossistema da região.

O banco faz parte do grupo de 70 empresas - que juntas faturam o equivalente a 40% do PIB brasileiro - que se uniram para pressionar o Governo Federal por ações contra a degradação do bioma. Gigantes como a Natura e Suzano também estão na lista.

A destinação de recursos para o um posicionamento mais verde também é uma preocupação especial do agronegócio. Na última semana, a Marfrig anunciou o financiamento no valor de 30 milhões de dólares do fundo de impacto holandês &Green Fund para impulsionar sua meta de se tornar livre de desmatament o.

O valor servirá para aprimorar as tecnologias de rastreamento e monitoramento do gado e para auxílio tecnológico a produtores rurais e pecuaristas na região da Amazônia e no Cerrado.

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