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Com importação do Brasil, indústria do lítio ganha força na Alemanha

País terá primeira refinaria em larga escala e seu papel será fundamental na nova geração de veículos elétricos; operação começa em maio

Segundo Scherer, o primeiro módulo poderá produzir 20 mil toneladas de hidróxido de lítio/ano, o suficiente para fabricar meio milhão de baterias de carro (AFP) (AFP/AFP Photo)

Segundo Scherer, o primeiro módulo poderá produzir 20 mil toneladas de hidróxido de lítio/ano, o suficiente para fabricar meio milhão de baterias de carro (AFP) (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 12h56.

Conhecida no passado pelos desastres ambientais derivados da indústria e mineração, a cidade de Bitterfeld-Wolfen caminha para se tornar um local-chave na ambiciosa transição ecológica da Alemanha com a implantação da primeira refinaria de lítio em larga escala do país. 

Assim como a extração, a refinaria tem o objetivo de desempenhar um papel fundamental para os planos europeus na missão de explorar e aprimorar as próprias matérias-primas necessárias para alimentar uma nova geração de veículos elétricos.

A fábrica começará a produzir o lítio, um pó branco, em maio. A operação de refino contará, inicialmente, com o lítio importado do Brasil.

Este material é um dos metais necessários para fabricar baterias elétricas, das quais a Europa deseja reduzir sua dependência de importação.

O aumento da demanda por baterias era "previsível", explica Stefan Scherer, diretor da AMG Lithium, uma empresa que "se juntou à onda" e lançou o projeto da refinaria de lítio há mais de quatro anos.

Bitterfeld-Wolfen, leste da Alemanha, a cerca de 140 quilômetros de Berlim, foi escolhida por sua "proximidade com os clientes".

A Europa considera sua dependência de importações de metais raros como uma desvantagem crescente, em um contexto de tensões geopolíticas - especialmente com a China.

Potencial de produção

Apesar de não ser o maior produtor de lítio bruto, a China possui grande parte da capacidade global de processo, assim como produção de baterias.

Segundo a Cepal, Chile, Bolívia e Argentina formam o chamado "triângulo do lítio", pois possuem 56% do total mundial do metal.

No ano passado, a União Europeia apresentou propostas para garantir o fornecimento e aumentar a extração e transformação de matérias-primas, essenciais para a indústria europeia.

O objetivo é assegurar 40% do refinamento de matérias essenciais em seu território.

Scherer afirma que o primeiro módulo poderá produzir 20.000 toneladas de hidróxido de lítio por ano, o suficiente para fabricar meio milhão de baterias de carro. Outras unidades poderiam ser acrescentadas durante o tempo para atingir 100.000 toneladas, "até 20%" da demanda na Europa.

Para a indústria alemã, e especialmente para os fabricantes de automóveis, a deslocalização da produção de lítio "aumenta sua resistência em caso de tensões na cadeia de suprimentos internacional", segundo o especialista em mobilidade elétrica do think tank Transport and Environment, Yoann Gimbert.

Projeto de mina

Em Zinnwald, município próximo à fronteira com a República Tcheca, um projeto apoiado pela AMG quer completar a cadeia produtiva, com a exploração de um promissor depósito de lítio.

O objetivo de extração de 10% fixado pela UE demonstra a dificuldade de abastecer-se localmente com grandes quantidades de lítio.

Embora a extração seja apenas uma solução parcial, a nova capacidade de processamento traçada na Europa poderia "satisfazer totalmente a demanda", afirma o analista da IW Consult, Cornelius Baehr.

No entanto, em sua opinião, a implementação dos projetos atuais ainda é incerta, e o tempo de inauguração das novas instalações - entre cinco e dez anos - significa que o objetivo da UE para 2030 "não será fácil de alcançar".

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