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Bradesco amplia atuação em ESG e emite R$1 bilhão em títulos verdes

Banco anunciou que os green bonds irão financiar projetos que vão de energias limpas a transporte sustentável

Bradesco (Paulo Fridman/Bloomberg)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 18h26.

Última atualização em 22 de dezembro de 2020 às 18h29.

O Bradesco anunciou a captação de mais de 1 bilhão de reais na sua primeira emissão de títulos verdes, os chamados green bonds, no mercado brasileiro. Essa é a primeira emissão de um grande banco de varejo no Brasil desde a chegada dos green bonds no país, em 2017.

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Os títulos verdes são uma modalidade de investimento que têm ganhado popularidade no mercado, para o qual empresas emitem papéis para captação de recursos voltados ao financiamento de projetos com impacto ambiental positivo. No caso do Bradesco, a letra irá financiar projetos ligados direta ou indiretamente à agenda climática, como usinas eólicas e solares, subsídio a projetos de transporte limpo, edificação sustentável, biocombustíveis e redução da pegada de carbono. Todos os projetos financiados já fazem parte da carteira do banco.

A captação contou com a participação de seis grandes investidores, todos do mercado doméstico. O banco acessa o mercado nacional com uma emissão inferior à demanda percebida, que chegava próximo dos 3 bilhões de reais, e com um prazo de validade de 30 meses. “Esse é um conceito novo para o mercado, mas as letras financeiras não. Então acreditamos que seja uma boa maneira de alinhar as duas coisas”, diz o vice-presidente do Bradesco, Cassiano Scarpelli. “Estamos prontos para fazer mais captações relacionadas a isso", diz.

Segundo Scarpelli, a emissão vem em um momento vantajoso para a instituição, cada vez mais atrelada aos critérios ESG. “O papel chega  em um momento interessante para nós, quando estamos com um bom espaço entre os investidores sociais”, diz. A emissão é uma evidência clara do comprometimento com as questões ambientais, sociais e de governança, segundo Scarpelli.

O papel deverá pagar uma taxa de CDI mais 0,60% ao ano, o que está, de acordo com Scarpelli, dentro das normalidades de captação para o segmento.  As taxas também estão em consonância com as de outras letras emitidas pelo Bradesco, mas sem o filtro ambiental. O Bradesco também é tradicionalmente uma das empresas listadas no índice de sustentabilidade da B3, e esse padrão se manteve para o ano de 2021.

Os bancos e as emissões verdes

Apesar de ser o maior banco privado a colocar os pés na emissão de títulos verdes, a tendência já vem sendo observada pelo mercado desde o início do ano, quando o BV fez uma emissão verde para um único investidor do mercado externo no mês de março.

Ainda em 2020, o BNDES estreou entre as instituições públicas a emitir 1 bilhão de reais em letras financeiras, desta vez para investidores do mercado doméstico. À época, o banco havia reportado uma demanda sete vezes maior do que o 1 bilhão de reais em títulos emitidos.

Recentemente o BTG fez uma emissão semelhante, com títulos com prazo de cinco anos, também para um único investidor externo.

De acordo com a Climate Bonds Initiative (CBI), organização sem fins lucrativos que analisa o mercado de títulos verdes no mundo, o Brasil é o maior mercado de green bonds da América Latina, com participação de 42% das emissões nos últimos cinco anos, totalizando 5,4 bilhões de dólares.

 

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