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“Parte da população vive em estado de inanição”, diz a empresária Geyze Diniz

Pela atuação em ações de filantropia e combate à fome, ela é uma das homenageadas do Prêmio Mulheres Exponenciais, realização de Esfera Brasil e Conecta

Geyze Diniz é empresária, conselheira de diferentes instituições, entre elas o Masp e o Instituto Verdescola, e tem forte atuação na filantropia. (Esfera Brasil/Reprodução)

Geyze Diniz é empresária, conselheira de diferentes instituições, entre elas o Masp e o Instituto Verdescola, e tem forte atuação na filantropia. (Esfera Brasil/Reprodução)

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Publicado em 14 de março de 2023 às 14h04.

Última atualização em 15 de março de 2023 às 11h14.

Empresária e mãe de dois adolescentes, Geyze Diniz é uma referência em filantropia no País. Durante a pandemia de Covid-19, liderou ações sociais e, agora, se prepara para lançar, em maio, o Pacto Contra a Fome, para continuar atuando no combate à fome e na redução do desperdício de alimentos de forma estrutural, engajando sociedade civil e governos. Por sua atuação social, ela é uma das homenageadas na segunda edição do Prêmio Mulheres Exponenciais, idealizado pela Esfera Brasil em parceria com a Conecta.

“Está na nossa Constituição que ninguém deveria passar fome. Hoje, mais de 30 milhões de brasileiros estão numa situação de insegurança alimentar grave. Isso é desumano”, diz Geyze.

A meta do Pacto Contra a Fome é ousada: em 2030, nenhuma pessoa no Brasil estar com fome e, em 2040, que todos os brasileiros estejam bem-alimentados. Para Geyze, a desigualdade social é outro grave problema no País. “Eu já ouvi mães falando que dão água para suas crianças dormirem com menos fome. É um estado de inanição que parte considerável da nossa população vive”, destaca a executiva.

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Parceira da Cufa (Central Única das Favelas) e da Gerando Falcões, que auxilia líderes de favelas de todo o País, Geyze vê grandes oportunidades nas comunidades e faz elogios à atuação de ONGs nos territórios.

“Nas comunidades há muita riqueza. O setor privado, as empresas e indústrias viram isso e estão com o olhar voltado a elas. A pandemia trouxe um monte de desafios e tristezas. Por outro lado, deu holofote à questão das desigualdades. Como diz Celso Athayde, favela não é carência, é potência”, afirma.

Vivenciando a tragédia

Geyze estava em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, quando recebeu a notícia de que seria uma das homenageadas do Mulheres Exponenciais. “Fiquei surpresa e lisonjeada. Eu estava no meio do furacão”, lembra. “É sempre uma honra, mas não faço esperando o reconhecimento”, acrescenta.

Ela faz parte do conselho do Instituto Verdescola, focado em educação complementar e reforço escolar para crianças e adolescentes na Praia da Barra do Sahy, onde ocorreram os deslizamentos de terra durante o Carnaval. Na tragédia provocada pelas chuvas, 65 pessoas morreram. Imediatamente houve mobilização em diferentes partes do País para ajudar as vítimas com doações e suprimentos. Geyze presenciou um cenário de guerra.

Para a empresária, é fundamental que o setor privado atue em conjunto com a sociedade nos pontos em que o Estado não consegue agir com a velocidade necessária. “A sociedade civil, atuando de forma conjunta e organizada, é uma ajuda muito bem-vinda. É possível perceber tanto na questão estrutural, com o desenvolvimento de políticas públicas, quanto na questão emergencial. Felizmente, o brasileiro é generoso”, complementa.

Cultura

Geyze é incentivadora da cultura, considerada por ela “a cara do País”, e conselheira do Masp (Museu de Arte de São Paulo) desde 2014. Ela acredita que o papel da cultura é transformador, em especial para os jovens da periferia, e que, por isso, precisa de mais investimentos por parte do poder público.

“É preciso incentivar principalmente os novos movimentos, as novas ondas de jovens. Caso contrário, teremos uma cultura muito segmentada e empobrecida. É por isso que acho tão importante que se tenha um olhar, vindo do governo, de investimentos na cultura”, destaca.

Segundo a empresária, é papel também das empresas contribuir com a cultura ao doar obras para acervos de museus e patrocinar eventos gratuitos, a fim de viabilizar um maior acesso pela população mais carente.

Plenae

Projeto criado em parceira com seu marido, o empresário Abilio Diniz, o Plenae nasceu como uma comemoração aos 80 anos dele. A celebração foi em Portugal, com 17 palestrantes nacionais e internacionais, em 2018. Trata-se de uma plataforma sobre qualidade de vida que atua com conteúdo próprio, estudos científicos e até metanálises de alguns temas. Está baseada em seis pilares: corpo, mente, espírito, relações, contexto e propósito.

“É um projeto que nasceu de uma crença nossa, no intuito de querermos compartilhar com o maior número de pessoas. A gente acredita que o exemplo do outro transforma a gente, o que é muito bonito”, conta.

Família

Geyze acumula tarefas no dia a dia, mas consegue dar conta de tudo e ainda se dedicar à filantropia. Participa do planejamento estratégico dos negócios e conselhos, dá as diretrizes e às vezes também faz o operacional, mas aprendeu a delegar funções.

Casada com Abilio Diniz há 23 anos, ela destaca a família como uma de suas principais conquistas. Também afirma estar plena, com mente e corpo em sintonia, e conta com válvulas de escape, como meditação, terapia e ginástica.

“Estou com a família unida, organizada, criando filhos e aprendendo com isso. A maternidade é, para mim, uma conquista. É sempre um desafio e, ao mesmo tempo, um amor maluco. Eu amo esse papel de mãe. A conquista é conseguir fazer um pouco de cada coisa. E eu sou feliz nos meus papéis, me sinto realizada com tudo”, afirma Geyze.

Acompanhe tudo sobre:Prêmio Mulheres Exponenciais 2023

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