Esfera Brasil
Um conteúdo Esfera Brasil

Nova política industrial quer digitalizar 90% das empresas do setor até 2033

Objetivo é minimizar a dependência de importações nos próximos anos

Para aumentar a participação da indústria no PIB, governo traçou metas para os próximos anos. (FG Trade/Getty Images)

Para aumentar a participação da indústria no PIB, governo traçou metas para os próximos anos. (FG Trade/Getty Images)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 06h00.

Defendida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ferramenta para estimular a neoindustrialização nos próximos anos e atrair novos investimentos privados, a nova política industrial contempla metas em eixos prioritários para o desenvolvimento do País.

Entre os pontos de destaque, está a meta de transformar digitalmente 90% das indústrias brasileiras até 2033, assegurando que a participação nacional triplique no segmento de novas tecnologias no período. Para isso, o plano prioriza a expansão da Indústria 4.0 e direciona a atenção para a produção de semicondutores. O intuito é minimizar, gradativamente, a dependência de importações.

A nova política estipula a cifra de R$ 36 milhões para a contratação de nove projetos no programa Startup gov.br, de apoio à transformação digital nos órgãos da administração pública. Tais iniciativas deverão tratar da melhoria dos serviços públicos e contemplar os conceitos de machine learning, deep learning, big data analytics, processamento de linguagem natural e visão computacional.

Para destravar investimentos privados, o plano prevê a criação de soluções de inteligência artificial para a esfera pública e uma estratégia nacional de governo digital. Ao todo, serão disponibilizados R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026, o que gerou preocupação por parte de agentes econômicos que veem a possibilidade de aumento do risco fiscal.

O plano também pede que sejam priorizadas, no leilão do 5G, a implantação de redes de transporte subfluviais em fibra óptica no Norte, contemplando municípios do interior dos estados do Pará, Amazonas, Roraima e Amapá, além de R$ 3,1 bilhões para conectividade de escolas públicas em todo Brasil. Segundo o governo, esse investimento deverá ser acompanhado de ganhos significativos também para os setores do agronegócio e de transportes, duas das áreas mais prejudicadas pelas dificuldades de conexão no interior do País.

Veja também:

Os caminhos possíveis para a desoneração da folha de pagamento

Os próximos passos das prévias da eleição presidencial nos EUA

Cobrança de 15% sobre bets fica longe do imposto retido em prêmios de loterias

Desindustrialização

A participação da indústria de transformação – que transforma uma matéria-prima em um produto – no Produto Interno Bruto (PIB) era de 36% em 1985. Em 2021, esse patamar caiu para 11%. Em linhas gerais, o foco da nova política industrial é reverter esse processo de desindustrialização, sem cometer os mesmos erros do passado.

Para estimular novas iniciativas, o documento apresentado pelo governo na segunda-feira, 22, também lança mão de instrumentos como linhas de crédito especiais e novas diretrizes envolvendo compras públicas. Além disso, o plano abrange incentivos à utilização de conteúdo local na indústria, como forma de estimular o setor produtivo.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaLuiz Inácio Lula da SilvaGoverno Lula

Mais de Esfera Brasil

Letra de Crédito do Desenvolvimento cria novas condições para investimentos no Brasil

Para especialista, ações para recuperar RS devem envolver a população e priorizar prazos

Após R$15,3 bi em débitos de ICMS negociados, Acordo Paulista deverá contemplar devedores de IPVA

Programa Mover tem 69 empresas do setor automotivo habilitadas

Mais na Exame