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Especialistas avaliam diferença de eventuais vitórias de Trump ou Kamala para o Brasil

Agronegócio não deve ser estremecido em suas relações comerciais com os Estados Unidos

Diretrizes de política externa vão além da vontade do inquilino da Casa Branca (Julia Nikhinson/Sipa/Bloomberg/Getty Images)
Esfera Brasil

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Publicado em 5 de novembro de 2024 às 18h01.

Vença Donald Trump ou Kamala Harris, a diferença nas relações entre Estados Unidos e Brasil terá poucas mudanças significativas. É o que preveem dois especialistas ouvidos pela Revista Esfera, em reportagem especial sobre o tema. Segundo eles, as diretrizes de política externa vão além da vontade do inquilino da Casa Branca, e historicamente as relações com a América Latina não são consideradas prioritárias nessa estratégia global.

Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) Moisés Marques, dependendo de quem vença a disputa, a diferença estará predominantemente nos sinais a serem compartilhados junto ao governo brasileiro.

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“Se ganhar o Trump, é muito difícil que ele não venha com uma postura revanchista, mais na forma que na realidade. A retórica depende do Congresso. Já no caso da Kamala, dos democratas, eles sempre têm uma posição mais amena. Pelo menos há um jogo de cena. É muito mais tranquilo negociar. Muda mais na coisa cosmética que na coisa real”, afirmou.

Grande estrela do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o agronegócio não deve ser estremecido em suas relações comerciais com os EUA, que também é um parceiro importante quando o assunto é petróleo e minério de ferro. Ainda assim, uma posição de neutralidade brasileira em relação ao posicionamento político ideológico do candidato vencedor tende a facilitar o trato na diplomacia.

200 anos

As relações entre Brasil e EUA começaram há dois séculos. De janeiro a setembro deste ano, entre importações e exportações, as trocas comerciais movimentaram US$ 60 bilhões. Até 2009, os norte-americanos eram nossos principais parceiros comerciais, mas foram desbancados pela China. Com o passar dos anos, o país asiático se tornou um grande rival global na busca pela hegemonia no tabuleiro da geopolítica.

“Os Estados Unidos, até hoje, são uma das grandes potências. Eles ainda exercem um grande poder sobre as instituições internacionais”, acrescentou a professora de Relações Internacionais Suhayla Khalil.

“Em última instância, quem faz a política nos Estados Unidos é o Congresso. E tem muito pouca diferença entre democratas e republicanos em relação a alguns temas, como a China”, avaliou Marques.

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