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Depois dos EUA, onda ‘grande renúncia’ de demissões voluntárias chega ao país

Mais de 600 mil trabalhadores brasileiros deixaram o emprego em março; nos EUA foram 4,5 milhões de americanos

 (Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images)

(Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images)

O aumento na taxa de desligamentos voluntários vem chamando atenção nos EUA: somente no último mês de março, cerca de 4,5 milhões de americanos saíram ou trocaram de emprego. A onda foi batizada de “grande renúncia” e parece ter chegado ao Brasil. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE, mais de 600 mil trabalhadores se demitiram também em março, o que representa um aumento de 37% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

De olho nesse cenário, a consultoria organizacional Blue Management Institute (BMI) realizou um levantamento com 48 líderes de recursos humanos de grandes empresas para entender como as companhias brasileiras estão reagindo. Mais da metade (52%) dos diretores afirmam que há sim um movimento crescente de demissões voluntárias. E, segundo os dados coletados, a maior parte das demissões têm ocorrido entre profissionais qualificados, com ensino superior completo, ao contrário do que ocorre nos EUA, onde o desligamento voluntário está em alta entre funcionários da base da pirâmide.

“A necessidade de procurar uma atividade que proporcione maior realização pessoal é um motivador que leva os profissionais mais qualificados a pedirem demissão”, disse Daniel Augusto Motta, sócio-fundador e CEO da BMI, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

A onda de demissões voluntárias deve levar as empresas a modificar seus modelos de captação. O levantamento da BMI identificou que os departamentos de RH já estão adotando novas medidas para recrutar. São algumas delas: desenho de oportunidades de carreira com crescimento horizontal, além do vertical (43,8%); redução de pré-requisitos de entrada e pacotes aprimorados de remuneração e de benefícios flexíveis (33,3% cada um).

“O pêndulo de poder das empresas tem se deslocado para o lado das pessoas. Se, por muito tempo, a força de articulação e barganha foi mais forte para o empregador, hoje os profissionais é que estabelecem exigências na mesa de negociação”, analisou Motta. 

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