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As reações do mundo político à polêmica envolvendo o Carrefour e a carne brasileira

Grupo francês divulgou uma carta de retratação, cuja capacidade de reduzir os danos com o mercado brasileiro ainda é avaliada por analistas

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard foi chamado pelo Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre eventuais boicotes a produtos brasileiros (Germano Lüders/Exame)
Esfera Brasil

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Publicado em 26 de novembro de 2024 às 18h35.

O movimento do Carrefour de anunciar a suspensão de importação de carne brasileira em resposta aos protestos de agricultores franceses tem ganhado repercussão na política nacional desde a semana passada. Nesta terça-feira, 26, o grupo francês divulgou uma carta de retratação, e analistas de comércio exterior ainda avaliam quão capaz o documento será de reduzir os danos da situação junto a empresas brasileiras.

Na segunda-feira, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), divulgou um vídeo apontando que via a suspensão da importação da carne brasileira como “tentativa de lacração” dos franceses, na direção de atender aos anseios dos produtores locais.

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“Vimos uma onda de protestos na União Europeia justamente contra medidas mais restritivas à produção agropecuária, e agora eles vêm criar regras para nós, produtores brasileiros, ou produtores do Mercosul, numa tentativa de desvirtuar o acordo entre União Europeia e Mercosul. Não aceitamos e não aceitaremos. Se a carne brasileira serve para ser consumida nas lojas do Carrefour aqui no Brasil, ela serve também para a Europa”, disse.

Celebrado em 2019, o acordo entre Mercosul e União Europeia está em fase de ratificação pelas partes, mas segue longe de uma definição. No último ano, cresceu a pressão de produtores rurais que veem a assinatura do tratado como ameaça ao setor agropecuário francês. Segundo entidades de classe, o corte de taxas para artigos brasileiros e também para outros países da América do Sul reduziria a competitividade de produtos franceses no mercado doméstico.

Entre janeiro e outubro, a França respondeu por 0,00476% das exportações de carne bovina brasileira entre janeiro e outubro deste ano.

Senado convida CEO do Carrefour

Nesta terça, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um requerimento que convida Emmanuel Lenain, embaixador da França no Brasil, e o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, a prestar esclarecimentos sobre o posicionamento do país europeu sobre eventuais boicotes promovidos por grandes marcas francesas contra o setor produtivo brasileiro.

“Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França contra o Brasil, que deverá ter por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre países”, afirmou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na segunda-feira, sem descrever medidas efetivas a serem adotadas pelo Parlamento.

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