Zona do Euro: segue o marasmo
O ano de 2017 será turbulento apenas na política europeia; na economia, infelizmente, o marasmo continua. Nesta terça-feira, a Comissão Europeia divulga o PIB do quarto trimestre de 2016, e a expectativa é de uma alta de 0,4%. Nada muito diferente dos trimestres anteriores – o crescimento oscila em torno do mesmo patamar desde 2013, quando […]
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 18h40.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h01.
O ano de 2017 será turbulento apenas na política europeia; na economia, infelizmente, o marasmo continua. Nesta terça-feira, a Comissão Europeia divulga o PIB do quarto trimestre de 2016, e a expectativa é de uma alta de 0,4%. Nada muito diferente dos trimestres anteriores – o crescimento oscila em torno do mesmo patamar desde 2013, quando a recuperação da crise começou a despontar. Para uma economia que desceu de elevador, a retomada é por uma longuíssima escadaria.
A previsão do Fundo Monetário Internacional é de que o crescimento de 2016 fique em 1,7%; o PIB de 2017 deve subir 1,5%. As incertezas são o principal calo do bloco. Este ano devem ser definidos os termos para a saída do Reino Unido da União Europeia. Eleições na França, na Alemanha e na Holanda também preocupam, com a possibilidade de avanços de direitas populistas. Partidos nacionalistas têm ganhado força com o “efeito Trump” – e os eleitores insatisfeitos com o desemprego e a estagnação tendem a buscar alternativas mais nacionalistas.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também prevê mais um ano econômico de marasmo. A incerteza sobre a integração europeia se reflete na persistência de investimentos fracos, baixa demanda por produtos europeus e setor bancário frágil. Para reaquecer o bloco, a recomendação da OCDE é que sejam lançados projetos robustos de infraestrutura, especialmente os que conectam diferentes países, redução nas taxas de juros e investimentos em educação e assistência à infância.
Bons exemplos a seguir já existem. A Espanha, que aprovou uma reforma trabalhista em 2012, conseguiu reduzir o desemprego de 25% para 18% e reportou um crescimento de 3,2% em 2016, quase duas vezes maior que o do resto do bloco. Na Holanda, onde a indústria tem apresentado crescimento consistente, o índice de confiança na produção subiu 6 pontos em janeiro, maior nível desde 2008. Com o otimismo em alta, o país deve crescer 2,3% este ano, de acordo com o Banco Central holandês. São bons exemplos que, infelizmente, não bastam para uma injeção de ânimo no bloco.