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Vendas no varejo do Brasil recuam 1% em maio, diz IBGE

As vendas no varejo caíram 1 por cento em maio sobre o mês anterior, com queda de 9,0 por cento na comparação com o mesmo mês de 2015

Varejo: ambos os resultados são os piores para maio desde o início da série do IBGE, em 2000 (Thinkstock/Wavebreakmedia Ltd)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 11h16.

São Paulo/Rio de Janeiro - As vendas no varejo do Brasil surpreenderam e recuaram em maio, no pior resultado para o mês na série histórica, porém especialistas acreditam que o setor pode apresentar mais firmeza e parar de cair no segundo semestre diante da melhora na confiança.

As vendas no varejo caíram 1 por cento em maio sobre o mês anterior, mostrando que o fôlego visto recentemente não conseguiu se sustentar em meio ao cenário de inflação e desemprego elevados e recessão econômica, com queda de 9,0 por cento na comparação com o mesmo mês de 2015.

Ambos os resultados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) são os piores para maio desde o início da série, em 2000 e, na base anual, é a 14ª taxa negativa seguida.

E piorando ainda mais o cenário, a alta de abril foi revisada para 0,3 por cento, de 0,5 por cento divulgada anteriormente.

Os resultados foram bem piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,40 por cento sobre abril e de queda de 6,15 por cento na comparação com maio de 2015, segundo a mediana das projeções.

Dia das Mães

Os destaques entre as atividades pesquisadas foram, segundo o IBGE, as quedas de 2,4 por cento nas vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico e de 1,3 por cento em Móveis e eletrodomésticos.

"(Essas atividades) foram determinantes para a queda de maio em meio a um ambiente econômico desfavorável e fragilidade da renda e restrição orçamentária", destacou a economista do IBGE Isabella Nunes.

Já as vendas em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, setor com maior peso na estrutura do comércio varejista, ficaram estáveis em maio na comparação com abril.

Somente a atividade Tecidos, vestuário e calçados apresentou alta no mês, de 1,5 por cento, segundo o IBGE graças ao Dia das Mães, porém sem força suficiente para influenciar o resultado como um todo.

"São presentes mais baratos e um setor que pesa apenas 7,5 por cento no índice. Foi um dia das mães da lembrancinha e de menor valor", explicou Isabella, do IBGE.

O volume de vendas do varejo ampliado --que inclui veículos e material de construção-- reduziu o ritmo de queda em maio a 0,4 por cento, após recuo de 1,5 por cento em abril.

Segundo o IBGE, esse resultado deveu-se à alta de 1 por cento na comercialização de Veículos e motos, partes e peças, após dois recuos seguidos.

Confiança

As expectativas de confiança vêm melhorando e a inflação dá sinais de alívio, o que segundo economistas vai ajudar o varejo a, pelo menos, parar de apresentar quedas no segundo semestre.

"Junho, julho e agosto devem trazer notícias melhores, pois há mudança da confiança e juros do mercado e inflação em queda. No segundo semestre o país deve parar de piorar", afirmou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani.

Para este ano, ele prevê recuo de 5,2 por cento do varejo, com o Produto Interno Bruto (PIB) em queda de 3,5 por cento. O próximo ano deve ter recuperação das vendas para 0,6 por cento, com a economia crescendo 1 por cento.

O Índice de Confiança do Comércio apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu em junho pelo segundo mês seguido, atingindo o nível mais alto desde maio do ano passado.

"A melhora da confiança indica estabilização à frente. Aparentemente, o varejo chegou ao fundo do poço e no segundo semestre a tendência é não cair muito mais", disse a economista da CM Capital Markets Jessica Strasburg.

Texto atualizado às 11h16

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As vendas no varejo caíram 1 por cento em maio sobre o mês anterior, mostrando que o fôlego visto recentemente não conseguiu se sustentar em meio ao cenário de inflação e desemprego elevados e recessão econômica, com queda de 9,0 por cento na comparação com o mesmo mês de 2015.

Ambos os resultados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) são os piores para maio desde o início da série, em 2000 e, na base anual, é a 14ª taxa negativa seguida.

E piorando ainda mais o cenário, a alta de abril foi revisada para 0,3 por cento, de 0,5 por cento divulgada anteriormente.

Os resultados foram bem piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,40 por cento sobre abril e de queda de 6,15 por cento na comparação com maio de 2015, segundo a mediana das projeções.

Dia das Mães

Os destaques entre as atividades pesquisadas foram, segundo o IBGE, as quedas de 2,4 por cento nas vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico e de 1,3 por cento em Móveis e eletrodomésticos.

"(Essas atividades) foram determinantes para a queda de maio em meio a um ambiente econômico desfavorável e fragilidade da renda e restrição orçamentária", destacou a economista do IBGE Isabella Nunes.

Já as vendas em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, setor com maior peso na estrutura do comércio varejista, ficaram estáveis em maio na comparação com abril.

Somente a atividade Tecidos, vestuário e calçados apresentou alta no mês, de 1,5 por cento, segundo o IBGE graças ao Dia das Mães, porém sem força suficiente para influenciar o resultado como um todo.

"São presentes mais baratos e um setor que pesa apenas 7,5 por cento no índice. Foi um dia das mães da lembrancinha e de menor valor", explicou Isabella, do IBGE.

O volume de vendas do varejo ampliado --que inclui veículos e material de construção-- reduziu o ritmo de queda em maio a 0,4 por cento, após recuo de 1,5 por cento em abril.

Segundo o IBGE, esse resultado deveu-se à alta de 1 por cento na comercialização de Veículos e motos, partes e peças, após dois recuos seguidos.

Confiança

As expectativas de confiança vêm melhorando e a inflação dá sinais de alívio, o que segundo economistas vai ajudar o varejo a, pelo menos, parar de apresentar quedas no segundo semestre.

"Junho, julho e agosto devem trazer notícias melhores, pois há mudança da confiança e juros do mercado e inflação em queda. No segundo semestre o país deve parar de piorar", afirmou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani.

Para este ano, ele prevê recuo de 5,2 por cento do varejo, com o Produto Interno Bruto (PIB) em queda de 3,5 por cento. O próximo ano deve ter recuperação das vendas para 0,6 por cento, com a economia crescendo 1 por cento.

O Índice de Confiança do Comércio apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu em junho pelo segundo mês seguido, atingindo o nível mais alto desde maio do ano passado.

"A melhora da confiança indica estabilização à frente. Aparentemente, o varejo chegou ao fundo do poço e no segundo semestre a tendência é não cair muito mais", disse a economista da CM Capital Markets Jessica Strasburg.

Texto atualizado às 11h16

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