Loja de departamento em shopping: para 2020, a expectativa da Abrasce é de um crescimento de 7% nas vendas dos shoppings. (Germano Lüders/Exame)
Agência O Globo
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 14h29.
Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 14h34.
São Paulo — As vendas no Natal de 2019 cresceram 3,1% em relação a 2018, sem descontar a inflação, segundo a Abrasce, a associação das donas desses empreendimentos.
Em termos reais, ou seja, descontando a alta dos preços no período considerado pela associação — 19 a 24 de dezembro —, o crescimento foi de 2,5% em relação aos números do ano anterior.
Os números apresentados nesta quinta-feira são menores dos divulgados pela Alshop, uma associação de lojistas de shoppings, em balanço anual apresentado em 26 de dezembro.
Para a Alshop, a expansão nominal (sem considerar a inflação) em 2019 foi de 9,5%. Considerando só as vendas natalinas — que a Alshop considera de 1 a 20 de dezembro — a expansão foi de 7,5%. Na ocasião, a associação não apresentou a variação nominal.
Na época, os números foram criticados pela Ablos, associação das lojas satélites, para quem os números da Alshop estavam inflados positivamente.
Em entrevista coletiva, Glauco Humai, presidente da Abrasce, evitou entrar na polêmica sobre os números da Alshop.
"É difícil comentar porque não sei a metodologia que eles usaram", disse Humai, reforçando que os dados da Abrasce são apurados a partir de um banco de dados da operadora de cartões Cielo que computa as vendas por cartões e faz uma projeção sobre das vendas por outros meios de pagamento.
Considerando o resultado do ano inteiro de 2019, as vendas em shopping centers cresceram 7,9% em relação a 2018, sem considerar a inflação, segundo a Abrasce. Em termos reais, a alta foi de 3,4%, o suficiente para o setor faturar R$ 192,8 bilhões.
A projeção inicial da Abrasce para as vendas natalinas em 2019 era de 7%. Por trás do resultado abaixo da expectativa, segundo Humai, está a migração de vendas natalinas para a Black Friday.
Para 2020, a expectativa da Abrasce é de um crescimento de 7% nas vendas dos shoppings. Se concretizado, será um resultado positivo na visão de Humai, que aposta numa expansão do PIB de 2,5% neste ano e manutenção de uma taxa de juros, a Selic, entre 4,25% e 4,5%.
As projeções, contudo, podem ser reduzidas para baixo com os efeitos da expansão global do coronavírus, epidemia que pode reduzir o comércio global, a atividade da economia e, na ponta, o apetite dos consumidores.
A expectativa da Abrasce é de 15 shopping centers abertos em 2020. No ano passado, foram 11 inaugurações. O estado que mais deve receber centros comerciais é Pernambuco, com cinco novos shoppings. Na conta da associação estão dois novos empreendimentos no Rio de Janeiro — Park Jacarepaguá e ViaRio Pavuna, ambos na capital.