Economia

UE reforça integração após acordo sobre supervisão de bancos

Os líderes europeus estabeleceram nesta quinta-feira um mapa para "garantir a irreversibilidade" do euro


	Von Rompuy: o presidente do conelho europeu anunciou que apresentará em junho de 2013 um calendário de ações para aprofundar a união econômica e monetária
 (Georges Gobet/AFP)

Von Rompuy: o presidente do conelho europeu anunciou que apresentará em junho de 2013 um calendário de ações para aprofundar a união econômica e monetária (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 07h39.

Bruxelas - Os dirigentes europeus traçaram nesta quinta-feira uma mapa sobre como reforçar a integração econômica, alentados pela liberação da ajuda à Grécia e pelo acordo para a criação de um supervisor dos bancos da região.

"Está é uma boa semana para a União Europeia, mas precisamos fazer mais", considerou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ao final da reunião em Bruxelas, a última em 2012 entre os 27 chefes de Estado e de Governo.

Van Rompuy anunciou que apresentará em junho de 2013 um calendário de ações para aprofundar a união econômica e monetária, que prevê a coordenação entre Estados das reformas econômicas acertadas, a dimensão social da União econômica e monetária, a possibilidade e as modalidades dos acordos contratuais entre os Estados e as instituições europeias para a competitividade e o crescimento, e os mecanismos de solidariedade associados a estes contratos.

Os líderes europeus estabeleceram nesta quinta um mapa para "garantir a irreversibilidade" do euro. A primeira etapa, que se estenderá "até a primeira metade do ano", consiste em acelerar a união bancária, com base na criação do Mecanismo Único de Supervisão Financeira (MUS), coordenado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Contudo, os países prolongaram o calendário previsto em mais de um ano: o MUS deve estar operacional em março de 2014, ao invés de janeiro de 2013 como estava previsto inicialmente, destacou o comissário europeu Michel Barnier, que celebrou o "histórico" consenso.

"O MUS é chave para restaurar a confiança nos bancos europeus", destacou o ministro cipriota, Vassos Shiarly, cujo país ocupa a presidência rotativa europeia.

"Este é um presente de Natal para a Europa", completou.

Uma vez que o mecanismo esteja operacional de maneira efetiva, a Eurozona poderá executar a recapitalização direta dos bancos, sem que a ajuda se transforme em dívida pública.

Após uma dura disputa, os países decidiram que o BCE assumirá a supervisão dos bancos com ativos superiores aos 30 bilhões de euros ou 20% do PIB do Estado membro participante (quase 100 bancos), enquanto as demais instituições permanecerão sob controle das autoridades nacionais, como pretendia a Alemanha. Assim, os bancos ou caixas regionais germânicos ficarão de fora do mecanismo.

Os líderes europeus celebraram ainda o acordo de seus ministros das Finanças para desbloquear a ajuda de 49,1 bilhões de dólares acertada com a Grécia e bloqueada há meses.

"É um grande dia para a Grécia e um grande dia para a Europa", disse o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.

"A possibilidade de uma saída da Grécia da zona do euro está morta. Os sacrifícios do povo grego não foram em vão", celebrou Samaras em Bruxelas. "A Grécia está encaminhada", completou.

Antes do final deste ano serão entregues 34,3 bilhões de euros e nos primeiros meses de 2013, os 14,8 bilhões restantes, disse um comunicado do Eurogrupo

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