Avaliação sobre Fazenda e BC piora, diz termômetro Broad
Não somente a avaliação da Fazenda se deteriorou, mas também houve piora na percepção da gestão do Banco Central de um mês para outro
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2014 às 17h23.
São Paulo - A avaliação do mercado financeiro sobre a gestão do Ministério da Fazenda caiu em março ante fevereiro, mostrou nesta quarta-feira, 2, o Termômetro Broad, sondagem da Agência Estado cujo objetivo é captar o sentimento dos agentes em relação à equipe econômica do governo.
Não somente a avaliação da Fazenda se deteriorou, mas também houve piora na percepção da gestão do Banco Central de um mês para outro. Contudo, a exemplo do que ocorreu no mês anterior, em março a avaliação do BC também foi melhor do que a da Fazenda.
A média das notas concedidas para a avaliação da gestão da Fazenda, de forma geral, recuou de 4,8 em fevereiro para 3,7 em março, enquanto a média das notas para a condução da política fiscal piorou ainda mais, ao passar de 4,9 para 3,6 no mesmo período. Em relação à comunicação da Fazenda, a média também teve declínio, de 5,3 para 3,7.
Neste segundo levantamento do Termômetro Broad, 48 instituições responderam os questionários, durante o período de 24 a 31 de março.
No mês em que Guido Mantega completou oito anos à frente do ministério e tornou-se o segundo mais longevo da Fazenda desde a instauração da República, a pasta recebeu a notícia do rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's.
No mesmo dia, em nota, a Fazenda criticou a decisão, argumentando que a avaliação da agência era "inconsistente com as condições da economia brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".
O rebaixamento da nota soberana de crédito já era aguardado pelos investidores. Mostra disso foi o fato de o mês ter sido marcado pelo comportamento positivo dos ativos brasileiros e pelo elevado fluxo de investimentos estrangeiros, que alcançou US$ 5,4 bilhões até dia 21, com destaque para o segmento financeiro.
A Bovespa conseguiu acumular ganho de 7,05% em março, na maior alta mensal desde janeiro de 2012. Além das cotações depreciadas, especialistas atribuem parte do movimento à pesquisa CNI/Ibope divulgada na semana passada, que mostrou queda na avaliação positiva do governo de Dilma Rousseff de 43%, em dezembro, para 36%.
Banco Central
Os resultados obtidos pelo Banco Central também pioraram de fevereiro para março. Para a gestão de forma geral, a média caiu de 6,5 para 5,7. Para a gestão da política monetária, passou de 6,6 para 5,7, e a avaliação da política cambial teve média 6,2 em março, ante 6,9 em fevereiro. Por fim, a avaliação da comunicação do Banco Central recuou de 6,4 para 5,7.
No câmbio, após meses de turbulência, o BC teve um certo respiro em março, com as cotações no mercado à vista relativamente estabilizadas ao redor de R$ 2,30, sustentadas pelo fluxo externo. Tanto que, pela segunda vez desde que iniciou seu programa de intervenções diárias, o BC não rolou integralmente os contratos de swap vencidos no mês passado.
O alívio no câmbio pode ser uma boa notícia para a inflação, que vem ganhando escala nas últimas semanas em razão da pressão dos preços de alimentos. Em março, piorou não somente a inflação corrente, como também as expectativas futuras, que, no Boletim Focus superaram 6% em vários horizontes, chegando perto do teto da meta de 6,5% em alguns casos.
Com isso, o BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na semana passada, promoveu ajustes considerados realistas em suas projeções, com destaque para a elevação da expectativa de 5,6% para 6,1% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014, no chamado cenário de referência, que considera câmbio e Selic estáveis.
Metodologia
Lançado em março, o Termômetro Broad é produzido mensalmente pelos profissionais do AE Dados junto a bancos, corretoras, consultorias, gestoras de recursos, instituições de ensino, departamentos econômicos de empresas e outros com histórico de realização periódica de projeções de indicadores econômicos.
Os participantes recebem todos os meses um questionário que contém sete perguntas qualitativas a respeito das ações da equipe econômica. Eles devem dar notas de zero a dez, numa escala de totalmente insatisfeito (zero) até totalmente satisfeito (dez), para a atuação da Fazenda e do BC. O AE Dados calcula uma nota pela média simples das respostas, arredondada na primeira casa decimal.
São publicados apenas os resultados consolidados da pesquisa. As respostas individuais das instituições ficam em sigilo. A redação da Agência Estado não tem acesso às respostas individuais. O questionário, enviado por e-mail, deve ser respondido uma única vez por instituição, na última semana de cada mês.
A divulgação dos resultados é feita nos serviços em tempo real do Broadcast, na quarta-feira mais próxima do dia 5 de cada mês. Em caso de feriado, a divulgação ocorre no primeiro dia útil subsequente.
São Paulo - A avaliação do mercado financeiro sobre a gestão do Ministério da Fazenda caiu em março ante fevereiro, mostrou nesta quarta-feira, 2, o Termômetro Broad, sondagem da Agência Estado cujo objetivo é captar o sentimento dos agentes em relação à equipe econômica do governo.
Não somente a avaliação da Fazenda se deteriorou, mas também houve piora na percepção da gestão do Banco Central de um mês para outro. Contudo, a exemplo do que ocorreu no mês anterior, em março a avaliação do BC também foi melhor do que a da Fazenda.
A média das notas concedidas para a avaliação da gestão da Fazenda, de forma geral, recuou de 4,8 em fevereiro para 3,7 em março, enquanto a média das notas para a condução da política fiscal piorou ainda mais, ao passar de 4,9 para 3,6 no mesmo período. Em relação à comunicação da Fazenda, a média também teve declínio, de 5,3 para 3,7.
Neste segundo levantamento do Termômetro Broad, 48 instituições responderam os questionários, durante o período de 24 a 31 de março.
No mês em que Guido Mantega completou oito anos à frente do ministério e tornou-se o segundo mais longevo da Fazenda desde a instauração da República, a pasta recebeu a notícia do rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's.
No mesmo dia, em nota, a Fazenda criticou a decisão, argumentando que a avaliação da agência era "inconsistente com as condições da economia brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".
O rebaixamento da nota soberana de crédito já era aguardado pelos investidores. Mostra disso foi o fato de o mês ter sido marcado pelo comportamento positivo dos ativos brasileiros e pelo elevado fluxo de investimentos estrangeiros, que alcançou US$ 5,4 bilhões até dia 21, com destaque para o segmento financeiro.
A Bovespa conseguiu acumular ganho de 7,05% em março, na maior alta mensal desde janeiro de 2012. Além das cotações depreciadas, especialistas atribuem parte do movimento à pesquisa CNI/Ibope divulgada na semana passada, que mostrou queda na avaliação positiva do governo de Dilma Rousseff de 43%, em dezembro, para 36%.
Banco Central
Os resultados obtidos pelo Banco Central também pioraram de fevereiro para março. Para a gestão de forma geral, a média caiu de 6,5 para 5,7. Para a gestão da política monetária, passou de 6,6 para 5,7, e a avaliação da política cambial teve média 6,2 em março, ante 6,9 em fevereiro. Por fim, a avaliação da comunicação do Banco Central recuou de 6,4 para 5,7.
No câmbio, após meses de turbulência, o BC teve um certo respiro em março, com as cotações no mercado à vista relativamente estabilizadas ao redor de R$ 2,30, sustentadas pelo fluxo externo. Tanto que, pela segunda vez desde que iniciou seu programa de intervenções diárias, o BC não rolou integralmente os contratos de swap vencidos no mês passado.
O alívio no câmbio pode ser uma boa notícia para a inflação, que vem ganhando escala nas últimas semanas em razão da pressão dos preços de alimentos. Em março, piorou não somente a inflação corrente, como também as expectativas futuras, que, no Boletim Focus superaram 6% em vários horizontes, chegando perto do teto da meta de 6,5% em alguns casos.
Com isso, o BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na semana passada, promoveu ajustes considerados realistas em suas projeções, com destaque para a elevação da expectativa de 5,6% para 6,1% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014, no chamado cenário de referência, que considera câmbio e Selic estáveis.
Metodologia
Lançado em março, o Termômetro Broad é produzido mensalmente pelos profissionais do AE Dados junto a bancos, corretoras, consultorias, gestoras de recursos, instituições de ensino, departamentos econômicos de empresas e outros com histórico de realização periódica de projeções de indicadores econômicos.
Os participantes recebem todos os meses um questionário que contém sete perguntas qualitativas a respeito das ações da equipe econômica. Eles devem dar notas de zero a dez, numa escala de totalmente insatisfeito (zero) até totalmente satisfeito (dez), para a atuação da Fazenda e do BC. O AE Dados calcula uma nota pela média simples das respostas, arredondada na primeira casa decimal.
São publicados apenas os resultados consolidados da pesquisa. As respostas individuais das instituições ficam em sigilo. A redação da Agência Estado não tem acesso às respostas individuais. O questionário, enviado por e-mail, deve ser respondido uma única vez por instituição, na última semana de cada mês.
A divulgação dos resultados é feita nos serviços em tempo real do Broadcast, na quarta-feira mais próxima do dia 5 de cada mês. Em caso de feriado, a divulgação ocorre no primeiro dia útil subsequente.