Economia

Sucessão será o mote do mercado nesta segunda-feira

O mercado financeiro deve digerir nesta segunda-feira os resultados bem diferentes apresentados pelas pesquisas divulgadas neste final de semana e deve esperar por acordos que virão da reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com os principais candidatos à sucessão. FHC espera dos três oposicionistas o compromisso de que cumprirão na íntegra o acordo de US$ […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h12.

O mercado financeiro deve digerir nesta segunda-feira os resultados bem diferentes apresentados pelas pesquisas divulgadas neste final de semana e deve esperar por acordos que virão da reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com os principais candidatos à sucessão. FHC espera dos três oposicionistas o compromisso de que cumprirão na íntegra o acordo de US$ 30 bilhões com o FMI.

A agenda de FHC com os candidatos, no Palácio do Planalto, será:

  • Às 12h, Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB);
  • Às 13h, Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação Lula Presidente (PT-PL-PcdoB-PMN-PCB);
  • Às 14h, Anthony Garotinho, candidato da Frente Brasil Esperança (PSB-PTC-PGT);
  • Às 15h, José Serra, candidato da Coligação Grande Aliança (PSDB-PMDB).

    Nas reuniões, que contarão com a presença do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do secretário-geral da Presidência da República, Euclides Scalco, será discutido o processo de transição entre os governos. De todos os principais candidatos, o único que manifestou resistência a qualquer acordo para garantir a transição foi Garotinho, que está em quarto lugar nas pesquisas.

    Neste final de semana, Pedro Parente, ministro da Casa Civil, e sua equipe prepararam um relatório recheado de números e informações do governo para mostrar aos candidatos a quantidade de decisões e de problemas que o presidente eleito enfrentará no começo de sua gestão. Parente esteve neste domingo com FHC para acertar os detalhes finais do encontro.

    FHC quer mostrar que o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) não serviu apenas para o seu governo, mas sim para garantir a governabilidade e uma certa estabilidade econômica no primeiro ano de governo do futuro presidente.

    O governo acredita que, em 2003, deverá continuar a escassear os dólares dos investidores internacionais, e não há sinais de melhoria significativa da economia norte-americana. E esse será o cenário que será exibido aos candidatos, justificando, assim a necessidade dos 24 bilhões de dólares do FMI para evitar um calote do novo governo.

    Pesquisas

    Segundo a agência de notícias Reuters, Ciro Gomes subiu para 32% das intenções de voto e está tecnicamente empatado com Luiz Inácio Lula da Silva, que tem 35%, segundo a pesquisa Vox Populi divulgada neste domingo (18/8). A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que determina o empate técnico.

    O candidato governista José Serra (PSDB-PMDB) ficou com 10%, dos 12% da pesquisa anterior. Anthony Garotinho, do PSB, em seguida, com 9%.

    A pesquisa foi realizada nos dias 15 e 16 de agosto, os mesmos dias da pesquisa Datafolha divulgada no sábado, que mostrou um resultado bem diferente. Segundo o Datafolha, Lula tem 37% das intenções de voto, contra 27% de Ciro Gomes. Serra aparece com 13% e Garotinho, com 12%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

    As pesquisas não confirmaram os boatos da sexta-feira, que apontavam para uma queda de Ciro e uma retomada de Serra. Por outro lado, uma confusa matéria publicada na revista "Época" neste final de semana destaca que uma pesquisa recente do Ibope, ainda não divulgada, mostraria, de fato, Ciro caindo três pontos percentuais, enquanto Serra subiria dois pontos, Lula subiria um ponto e Garotinho

    perderia um ponto. A matéria não traz detalhes importantes, como as datas durante as quais a pesquisa teria sido realizada. O "Jornal Nacional" divulga nesta terça-feira uma pesquisa feita pelo Ibope, no dia em que estréia o horário eleitoral gratuito.

    Por outro lado, há a notícia de que o professor da Universidade Princeton José Alexandre Scheinkman deva integrar a equipe de Ciro. Ele foi vice-presidente do banco Goldman Sachs e é considerado um dos economistas brasileiros de maior prestígio internacional. Scheinckman chefiou o departamento de economia da Universidade de

    Chicago durante muitos anos e atualmente leciona em Princeton. O programa econômico de Ciro deve ser divulgado em setembro.

    Em entrevista à BBC, Scheinkman disse que "não se engajaria na campanha de um candidato que tivesse a intenção de mudar as regras em relação à dívida do governo brasileiro.

    Copom

    Começa nesta terça-feira a reunião do Copom. O mercado espera a manutenção da taxa de juros em 18% ao ano, sem viés, já que os fundamentos econômicos não melhoraram desde o mês passado.

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