Standard & Poor;s reafirma ratings do Brasil após acordo com FMI
A Standard & Poor s disse nesta quinta-feira que mantém o rating de crédito soberano de longo prazo em moeda local "BB" e o rating de longo prazo em moeda estrangeira "B+" da República Federativa do Brasil. Contudo, a perspectiva dos ratings mantém-se negativa. "O novo Acordo Stand-by entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.
A Standard & Poor s disse nesta quinta-feira que mantém o rating de crédito soberano de longo prazo em moeda local "BB" e o rating de longo prazo em moeda estrangeira "B+" da República Federativa do Brasil. Contudo, a perspectiva dos ratings mantém-se negativa.
"O novo Acordo Stand-by entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo brasileiro de US$30 bilhões provê um importante potencial de liquidez até dezembro de
2003, o qual se espera alivie a pressão do mercado, pelo menos a curto prazo , diz a analista de crédito Lisa Schineller. A analista disse que, apesar de o acordo ser consistente, a adoção do acordo enfrentará desafios, mesmo ele tendo sido feito com vistas ao novo candidato.
Com o dólar valendo quase 3 reias, Schineller acredita que a carga de endividamento do governo geral (sem os depósitos do governo) fique em 70% do PIB no final deste ano. "Políticas dirigidas à estabilização da elevada carga de endividamento e ao alongamento dos vencimentos das
dívidas por meio de operações de mercado são cruciais para a criação de um ambiente que dê suporte ao crescimento sustentado. A restauração das linhas de crédito ao
comércio para o setor privado brasileiro, reduzidas recentemente, poderá representar um outro importante avanço, já que o setor corporativo é responsável por 50% do
endividamento externo do país", afirma a agência em comunicado.
Para ela, "o gerenciamento das vulnerabilidades fiscais e externas do Brasil requer um forte compromisso com políticas apropriadas frente a um ambiente interno e externo exigentes, e deixa pouco espaço para deslizes quanto à condução de políticas".
A agência acredita que a mais importante missão do próximo presidente do Brasil seria reverter o aumento da carga de endividamento do governo e reduzir a vulnerabilidade externa.
"Os ratings do Brasil poderão ser pressionados se houver um deslize na performance orçamentária; se o compromisso do governo com uma postura fiscal rígida ou com as reformas estruturais falhar; ou se os resultados das políticas adotadas frente às mudanças nas condições econômicas forem inadequados , diz ela.
Para a S&P, a situação brasileira em relação ao crédito poderá se estabilizar se houver mais indicações de um amplo apoio político a uma rígida política fiscal, além de reformas na área, eliminando distorções fiscais e que reduzam a carga do sistema previdenciário do setor público.