Economia

Setor de cartões de crédito quer reduzir ações indevidas

Algumas ações devem ser diminuídas, como cobranças indevidas, envio de cartões sem solicitação e falta de informação sobre a cobrança de tarifas

Problemas com cartões de crédito lideraram as queixas referentes ao setor financeiro (.)

Problemas com cartões de crédito lideraram as queixas referentes ao setor financeiro (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Pressionado pelo comércio, por entidades de defesa do consumidor e pelo Banco Central (BC), o setor de cartões de crédito se propôs hoje a iniciar práticas que podem ser configuradas como o esboço de uma autorregulação, segundo informação do Ministério da Justiça.

Em reunião com o ministro Luiz Paulo Barreto, os presidentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, e da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Paulo Caffarelli, comprometeram-se a reduzir práticas que prejudicam os consumidores, conforme comunicado divulgado à imprensa pelo ministério.

Segundo a nota, ficou acertado no encontro que algumas ações seriam diminuídas, como cobranças indevidas, envio de cartões sem solicitação e falta de informação sobre a cobrança de tarifas. "Além de reconhecerem as práticas, os representantes devem encaminhar no início de junho carta ao Ministério da Justiça com o detalhamento do compromisso assumido", informou o comunicado.

O compromisso, de acordo com o Ministério da Justiça, ocorrerá paralelamente à alteração da resolução 3.518 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que dará ao Banco Central (BC) o poder de regular a cobrança de tarifas dos cartões, assim como já fez com as tarifas bancárias no passado.

"Com a regulamentação das tarifas bancárias, o Banco Central conseguiu coibir vários abusos. Nossa preocupação é que essas medidas podem ter migrado para os cartões de crédito. Daí a importância de o Banco Central regulamentar as tarifas do cartão de crédito", afirmou o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Ricardo Morishita, por meio da nota.

Também participaram da reunião a secretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares de Araújo, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, e o chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro Nacional, Sérgio Odilon.

Durante o encontro, o ministro Barreto teria esboçado preocupação com a chegada da nova classe média ao mercado consumidor brasileiro. "Precisamos de uma resposta rápida, pois queremos evitar o endividamento dos 30 milhões de novos consumidores brasileiros", afirmou o ministro.

Dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) apontam que, no período de agosto de 2008 a setembro de 2009, os problemas com cartões de crédito lideraram as queixas referentes ao setor financeiro. Dentro do segmento, as cobranças indevidas correspondem a 74,3% das reclamações dos consumidores levadas aos Procons de 22 Estados e do Distrito Federal.

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditoFinançassetor-de-cartoessetor-financeiroTarifas

Mais de Economia

Cade analisa se parceria entre Gol e Azul precisa ser submetida ao órgão

Eletrobras: trabalhadores poderão entrar em greve a partir de 3 de junho

'Esta semana fiquei nervoso porque vi o preço do arroz muito caro no supermercado', diz Lula

Dia da Indústria: setor busca modernização, com inovação e compromisso sustentável

Mais na Exame