Economia

Modelo do seguro-desemprego é ultrapassado, diz Joaquim Levy

Ministro utilizou o benefício como exemplo para defender a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas


	Joaquim Levy: "O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar"
 (Simon Dawson/Bloomberg)

Joaquim Levy: "O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar" (Simon Dawson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 16h52.

São Paulo - Em meio a um ajuste fiscal já estimado em R$ 45,8 bilhões, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o modelo do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado".

A afirmação foi dada em entrevista ao jornal britânico Financial Times durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Levy utilizou o benefício como exemplo para defender a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas.

Entretanto, ele fez questão de reforçar que o Bolsa Família não será atingido.

"O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou o ministro, acrescentando que as políticas anticíclicas têm limite, "especialmente quando você vê que as duas maiores economias do mundo (EUA e China) estão também mudando sua postura".

Para Levy, o país precisa de reformas estruturais mais do que de estímulos: "Assim que pusermos a casa em ordem, a reação será positiva", defendeu.

Em março, novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O jornal ainda destaca que há dúvidas se o ministro da Fazenda receberá apoio inequívoco da presidente Dilma Rousseff, conhecida por seu perfil intervencionista.

Levy rebateu a afirmação: "a presidente Dilma é uma pessoa muito decidida e entende as escolhas". Ele acrescentou dizendo que "não está sozinho no governo."

Zona do euro

Em outra entrevista, à agência Dow Jones, o ministro afirmou que o movimento do Banco Central Europeu (BCE) para iniciar um programa de relaxamento quantitativo pode estimular o investimento no Brasil e aumentar a demanda por exportações brasileiras.

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