Economia

Sars provoca corrida por patentes

Demorou, mas finalmente foi desencadeada a corrida por registros de patentes relacionadas à pneumonia asiática (Sars). De acordo com o The Wall Street Journal, cientistas de Hong Kong e do Canadá, as regiões mais afetadas pela doença, estão fazendo vários pedidos de patentes sobre o próprio vírus e seu mapeamento genético. O Centro de Controle […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h59.

Demorou, mas finalmente foi desencadeada a corrida por registros de patentes relacionadas à pneumonia asiática (Sars). De acordo com o The Wall Street Journal, cientistas de Hong Kong e do Canadá, as regiões mais afetadas pela doença, estão fazendo vários pedidos de patentes sobre o próprio vírus e seu mapeamento genético. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também teria entrado com um pedido de pelo menos uma patente relacionada à doença.

O registro de patentes garante direitos sobre qualquer teste de diagnóstico, remédios e vacinas desenvolvidos para tratar a Sars. A comunidade internacional de pesquisadores está dividida. Alguns cientistas questionam se a descoberta do vírus merece uma patente e se é apropriado tentar obter ganhos comerciais com ela. Segundo o jornal americano, algumas farmacêuticas e empresas de biotecnologia também já entraram com pedido de patente ligado à Sars.

Alguns testes e diagnóstico com base genética já estão no mercado, e gigantes como a americana Abbott Laboratories e a suiça Roche Holding correm para fabricar suas próprias versões. A Merck & Co., também dos Estados Unidos, e a francesa Aventis estão entre as farmacêuticas que estão pesquisando vacinas produzidas com o vírus corona.

A Sars já infectou mais de 6 200 pessoas em 28 países e matou 435, segundo o The Wall Street. O número ainda é relativamente pequeno quando comparado, por exemplo, à contaminação pelo vírus da Aids: são 15 000 novas infecções por dia no mundo.

A rápida descoberta do vírus da Sars foi coordenada pela Organização Mundial de Saúde em Genebra. O pesquisador Malik Peiris e seus colegas da Universidade de Hong Kong foram os primeiros a detectar no microscópio o vírus corona, no final de março. Os pedidos de patente cobrindo a descoberta estão agora sendo elaborados e encaminhados ao Escritório de Marcas e Patentes dos EUA, segundo funcionários da universidade.

"É um mercado muito competitivo, mas achamos que saímos na frente", diz Hailson Yu, vice-diretor-gerente da Versitech Ltd., subsidiária que administra a carteira de propriedade intelectual da universidade. "Mesmo a promessa de uma patente poderosa pode atrair investidores." Yu disse que a universidade está em processo de negociação de acordos com sócios comerciais para um teste de diagnóstico e outros produtos.

Autoridades na sede da Organização Mundial de Saúde (OMS) acreditavam que Peiris havia decidido deixar de lado os direitos de patente e chegaram a elogiar publicamente o tom de colaboração adotado no início do processo. "Havíamos entendido que eles abriram mão de qualquer direito", diz Dick Thompson, porta-voz da OMS. "Essa é normalmente a doutrina entre os grupos de laboratório."

Além disso, a Agência de Câncer da Colúmbia Britânica, no Canadá, cujo Centro Genoma, em Vancouver, foi o primeiro a mapear a composição genética do vírus, confirmou que entrou com pedido de patente para direitos comerciais sobre a seqüência genética completa do vírus corona. "O pedido é para garantir que a descoberta esteja disponível a todos, em vez de se fazer um esforço para delimitar sua distribuição", disse Samuel Abraham, diretor do departamento de licenciamento de tecnologias da Agência de Câncer da Colúmbia Britânica.

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