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Saldo baixo em conta corrente não preocupa mercado

Para economistas, resultado de junho foi pontual. Destaque positivo fica para a oferta de capitais externos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h18.

O saldo das transações correntes frustrou todas as expectativas do mercado, ao registrar um superávit de apenas 614 milhões de dólares em junho. As projeções dos analistas variavam de 1,2 bilhão a 2 bilhões de dólares, estimuladas pelo forte superávit comercial do mês - 4,081 bilhões, acima do esperado. O fraco resultado, contudo, não preocupou o mercado, que o atribuiu a fatores pontuais - sobretudo, à remessa de lucros e dividendos maior que o previsto. "O resultado da conta corrente foi baixo, mas decorrente de um fator pontual", afirma o economista Guilherme Maia, da consultoria Tendências. Em junho de 2005, o superávit foi de 1,285 bilhão de dólares.

Incentivadas pela valorização do real, as subsidiárias brasileiras remeteram mais recursos para o exterior, a fim de ajudar nos resultados de suas matrizes. Os analistas esperavam que a conta de lucros de dividendos ficasse ao redor de 1 bilhão de dólares neste mês, mas o resultado bateu em 1,629 bilhão. Em junho de 2005, a cifra foi de 1,047 bilhão.

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O mesmo ocorreu no início deste ano. Para contribuir com as matrizes - muitas das quais encerram o ano fiscal em março - as controladas brasileiras enviaram um forte volume de lucros e dividendos para o exterior. O resultado foi que, em janeiro, a conta corrente registrou o primeiro déficit desde novembro de 2004 - 452 milhões de dólares. O impacto negativo foi sentido no fechamento do primeiro trimestre, em que o saldo corrente, 1,79 bilhão de dólares, foi 33% menor que o do mesmo período de 2005.

Para Maia, da Tendências, as remessas de lucros devem diminuir nos próximos meses, pois o espaço para o real se valorizar está cada vez menor. Com isso, esse item deve pesar cada vez menos nas contas públicas.

Números favoráveis

O relatório divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (20/7) também traz dados positivos, segundo Maia. O primeiro destaque é o volume de investimentos estrangeiros líquidos, que atingiu 1,1 bilhão de dólares, acima das expectativas do mercado, que apontavam 1 bilhão. A taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazo foi outro destaque, ao marcar 32% e superar as projeções de mercado, que giravam em torno de 24%.

Para Maia, isso mostra que os investidores internacionais estão abertos ao Brasil. O economista lembra que o mês passado foi turbulento para a economia mundial, com a fuga de capitais de curto prazo, devido às incertezas quanto à política de juros dos Estados Unidos. "Mas os capitais de longo prazo continuam apostando no país", diz.

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