Ricardo Amorim projeta que, se nos próximos 10 anos o mundo crescer como nos últimos 10, em 2022 a economia chinesa seria a maior do mundo, seguida por Estados Unidos e Brasil (Bruno Spada/ASN)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 11h10.
São Paulo – O crescimento brasileiro em 2013 ainda deve ser um pouco fraco, segundo o economista e consultor financeiro Ricardo Amorim. Mas, quando as questões externas da crise forem resolvidas, o crescimento deve se fortalecer, como aconteceu no ciclo 2009/2010. Em 2009, o PIB brasileiro registrou uma queda de cerca de 0,3%, mas cresceu 7,5% no ano seguinte.
Amorim prevê um ciclo de crescimento bastante acelerado para o Brasil após a resolução do cenário externo e diz que, no passado, mesmo sem o Brasil ter resolvido nenhuma de suas mazelas estruturais, seu crescimento dobrou por conta de um cenário mais positivo. “Temos condições de ter uma medida de crescimento perto disso, com anos melhores como 2010 e piores como 2009”, disse Amorim, durante o vídeo chat 'Brasil-China' realizado pelo HSBC.
O futuro próximo brasileiro depende menos do Brasil e mais do mundo, particularmente da Europa, segundo Ricardo Amorim. “O mundo não vai ajudar muito”, disse. Para o consultor, é quase impossível que não ocorra uma recessão generalizada na Europa – ele projeta que a Alemanha seja “levada para o buraco”, ao invés de ajudar os países em crise a saírem dele. A situação nos Estados Unidos também não é das melhores.
Pelas projeções de Amorim, se nos próximos 10 anos o mundo crescer como nos últimos 10, em 2022 a economia chinesa será a maior do mundo, seguida pelos Estados Unidos. O Brasil ocuparia então o lugar de 3ª maior economia do mundo – com uma renda per capita mais elevada que a americana, em decorrência do crescimento mais acelerado aqui e da apreciação da moeda dos países emergentes, consequência do processo de impressão de moeda dos países ricos como forma de estimular suas economias.
O Boletim Focus divulgado nessa semana indicou que o mercado projeta um crescimento de 1,54% do PIB em 2012 e de 4,0% em 2013.