Economia

Relator sobre nova CPMF: Não posso descartar nada, estou discutindo

Proposta de imposto é avaliada como forma de compensar a desoneração da folha de pagamento, que pode ser reduzida de 20% para 10%

Roberto Rocha: parlamentar é o relator da reforma tributária no Senado (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Roberto Rocha: parlamentar é o relator da reforma tributária no Senado (Marcos Oliveira/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 17h57.

Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 18h26.

O relator da reforma tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), não descartou a proposta de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF. A possibilidade está sendo avaliada como forma de compensar a desoneração da folha de pagamento.

Nesta segunda-feira, em coletiva de imprensa do Senado, o relator anunciou a intenção de propor a redução de 20% para 10% na contribuição patronal para a Previdência. Duas formas de compensação na arrecadação estão sendo avaliadas: uma elevação na alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), a ser criado com a reforma, ou a cobrança sobre movimentações financeiras - esta última alvo de maior resistência no Congresso.

"Eu não posso descartar nada porque não posso fazer um relatório que é só minha opinião pessoal. Esse relatório só tem chance de ser aprovado, sequer discutido, se ele expressar a média dos senadores" disse Roberto Rocha quando questionado sobre a criação de um imposto nos moldes da CPMF. Ele lembrou que o presidente Jair Bolsonaro demonstra resistência com a ideia, mas que é preciso discutir uma compensação para a desoneração da folha.

Nos cálculos do relator, a desoneração parcial da folha tem impacto de R$ 125 bilhões por ano para a arrecadação da União. "Se a gente pretende desonerar a folha, o que fazer? Esse é um desafio que está para todos nós, brasileiros, mitigar a regressividade, estamos estudando, e desonerar a folha", declarou Rocha.

O relator anunciou a intenção de entregar o parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado até o próximo dia 15. Ele declarou ter garantias que os senadores vão aprovar a proposta ainda neste ano. A Câmara, então, que discute outra reforma, teria o primeiro semestre do ano que vem para concluir a tramitação.

Estados

No relatório, o senador deve atender governadores e abarcar a proposta de criar um fundo de desenvolvimento regional e outro de equalização com eventuais perdas na arrecadação após as mudanças da reforma. De acordo com ele, uma das possibilidades é "turbinar" fundos existentes destinando maiores repasses para Estados investirem em infraestrutura.

Acompanhe tudo sobre:CPMFJair BolsonaroPrevidência SocialReforma tributáriaSenado

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor