O coordenador do IPC-S destacou também o setor de serviços, que "tem andado de lado" em razão da desaceleração da economia (Alexandre Battibugli/Info EXAME)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2012 às 13h45.
São Paulo - A esperada recuperação da atividade econômica do país no segundo semestre não vai pressionar a inflação, afirmou nesta sexta-feira o coordenador do IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Para ele, ao mesmo tempo em que a aceleração da economia e o câmbio agem em favor de uma alta do IPC-S, a crise europeia e a queda dos preços das commodities farão uma pressão para baixo.
"Existe uma série de sinais contraditórios na virada do semestre que não devem resultar em pressão inflacionária", disse. "O preço do petróleo, por exemplo, está caindo."
Em junho, ressaltou Picchetti, acaba o impacto dos aumentos no item cigarro e no grupo Vestuário. "O repasse do aumento de imposto sobre o cigarro terá terminado", declarou. "E o vestuário já fez todos os reajustes por conta da mudança de estação."
Além desses dois itens, pressionou o IPC-S de maio o grupo Alimentação, principalmente os produtos in natura. O tomate, por exemplo, apresentou alta de 14,5% em maio, ante 7,4% na terceira quadrissemana do mês.
Picchetti avaliou, no entanto, que o grupo Alimentação está em tendência de queda. No acumulado de 12 meses, o grupo tem avanço de 4,2%. No fim de 2011, o acumulado em 12 meses era de 6,2%.
O coordenador do IPC-S destacou também o setor de serviços, que "tem andado de lado" em razão da desaceleração da economia. Tanto em abril como em maio, o setor de serviços acumulou no período de 12 meses alta 15,1%. Em dezembro de 2011, na mesma base de comparação, o aumento era de 16,9%. "O setor deu uma folga na inflação e vem registrando queda desde o início do ano."