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Reconstruir Europa após pandemia será semelhante ao pós-guerra, diz Draghi

Reconstrução deve se concentrar nas pessoas que precisam pagar a quantidade sem precedentes de dívida acumulada neste ano, disse o ex-presidente do BCE

Mario Draghi: presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Francois Lenoir/Reuters)
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Reuters

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 10h50.

Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 11h15.

Reconstruir a Europa após a pandemia de coronavírus será semelhante ao esforço de reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial e o bloco precisa reiterar seus valores centrais, apesar dos desafios das potências globais, disse o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi .

A pandemia arriscou uma destruição do capital humano que não era vista desde a guerra, portanto a reconstrução deve se concentrar nas pessoas que precisam pagar a quantidade sem precedentes de dívida acumulada neste ano, disse Draghi em uma palestra em Rimini, Itália.

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Além disso, mesmo enquanto a Europa se transforma, ela deve se comprometer novamente com alguns de seus princípios centrais, incluindo o multilateralismo e o estado de direito global, mesmo que potências como os Estados Unidos e a China questionem esses princípios, acrescentou Draghi.

"Devemos nos inspirar naqueles que estiveram envolvidos na reconstrução do mundo, Europa e Itália após a Segunda Guerra Mundial", disse Draghi, que raramente se pronuncia desde que deixou o BCE no ano passado.

"A dívida criada pela pandemia não tem precedentes e terá de ser paga principalmente por aqueles que são jovens hoje", disse Draghi. "É, portanto, nosso dever equipá-los com os meios para o serviço dessa dívida."

Draghi afirmou que as taxas baixas de juros não tornam a dívida automaticamente sustentável e que os fundos devem ser usados para fins produtivos, incluindo investimento em capital humano, infraestrutura produtiva e pesquisa.

Ele disse que os gastos também devem refletir as mudanças de preferências da sociedade, incluindo em relação à proteção ambiental, melhores cuidados de saúde e digitalização, uma vez que o trabalho remoto deve ganhar destaque.

“Porém, há um setor que é crítico para o crescimento e, portanto, para todas as transformações que acabo de listar, e onde uma visão de longo prazo deve se casar com uma ação imediata: a educação e, de modo mais geral, o investimento nos jovens”, afirmou.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

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