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Rajoy confirma que aprofundará reformas e pede prudência

Em uma semana de forte pressão dos mercados com o prêmio de risco em seu maior nível desde novembro, Rajoy descartou hoje que a Espanha possa receber uma intervenção

"Não se deve fazer caso ao barulho nem se distrair com coisas menores" ou de "pouca importância, que duram 24 horas", insistiu o chefe do Governo espanhol (Pierre-Philippe Marcou/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 16h51.

Madri - O presidente do Governo da Espanha , Mariano Rajoy, afirmou nesta quarta-feira que o país continuará a fazer reformas destinadas a reduzir o déficit público, já que este caminho é "irrenunciável" para ganhar a confiança dos mercados e do resto da Europa.

Mas em meio às críticas da oposição aos duros cortes impostos pelo Governo e os novos que estão a caminho, e com o país novamente no centro das atenções dos mercados financeiros, Rajoy fez também um apelo aos líderes europeus que nos últimos dias questionaram a situação da Espanha e pediu a eles que sejam prudentes e assumam suas próprias responsabilidades.

Em uma semana de forte pressão dos mercados com o prêmio de risco em seu maior nível desde novembro, Rajoy descartou hoje que a Espanha possa receber uma intervenção, agora ou no futuro, como aconteceu com Grécia, Portugal e Irlanda.

Embora tenha deixado claro que para evitar essa situação não resta outro caminho que não seja o dos cortes, da redução do déficit público a 5,3% do PIB - como pactuado para este ano com a União Europeia - e o de gastar de acordo com o que se arrecada.

"Tomamos o caminho que nos cabe, o das grandes nações nas grandes encruzilhadas", disse Rajoy, ao discursar para os deputados do grupo parlamentar do Partido Popular, que lidera.

Rajoy ressaltou que nem ele nem seu Governo falam de outros países e não estão "contra ninguém" na UE e, como todos têm problemas e precisam solucioná-los, espera que "os demais façam o mesmo, assumam suas responsabilidades e sejam prudentes em suas afirmações".

Deste modo, Rajoy parece ter criticado, sem citar nomes, a polêmica surgida pelas declarações de líderes como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, questionando a solvência da Espanha.


"Não se deve fazer caso ao barulho nem se distrair com coisas menores" ou de "pouca importância, que duram 24 horas", insistiu o chefe do Governo espanhol.

Frente a essas declarações, várias personalidades europeias saíram hoje em defesa da Espanha e descartaram a possibilidade de o país ser resgatado pela UE, o que ajudou a relaxar o assédio dos mercados de dívida e renda variável. Uma delas, um conselheiro do Banco Central Europeu, Benoit Coeure, assegurou em Paris que a situação que vivem os mercados espanhóis não reflete a realidade econômica do país.

O objetivo da reunião realizada hoje por Rajoy com os deputados de seu grupo parlamentar era informá-los sobre as novas medidas que o governo deve aprovar nas próximas semanas e que complementarão as já adotadas nos três primeiros meses de mandato.

Entre as próximas medidas, o Executivo anunciou na segunda-feira passada de forma imprevista um corte adicional de 10 bilhões de euros nas áreas de saúde e educação, após ter apresentado um orçamento "de guerra" com o qual espera economizar 27,3 bilhões de euros neste ano e que afeta todos os ministérios.

Frente aos pedidos de mais informações por parte da oposição e de setores sociais, e em meio a um amplo debate sobre o futuro da gratuidade desses dois serviços públicos representativos do estado de bem-estar, Rajoy não deu hoje nenhum detalhe e se limitou a dizer que as reformas da saúde e da educação serão aprovadas ainda neste mês.

Como parte desse debate público, o ministro da Economia, Luis de Guindos, ressaltou hoje que os cortes em saúde anunciados pelo governo são "a única forma" de garantir um sistema público, universal e de qualidade.

Os temores sobre um "desmantelamento" destes serviços públicos gratuitos são objeto de fortes críticas por parte da oposição de esquerda espanhola. A porta-voz parlamentar do opositor Partido Social Operário Espanhol (PSOE), Soraya Rodríguez, pediu hoje um comparecimento urgente de Rajoy no Congresso dos Deputados para explicar como vai se refletir "o corte brutal" de 10 bilhões de euros em saúde e educação.

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Em uma semana de forte pressão dos mercados com o prêmio de risco em seu maior nível desde novembro, Rajoy descartou hoje que a Espanha possa receber uma intervenção, agora ou no futuro, como aconteceu com Grécia, Portugal e Irlanda.

Embora tenha deixado claro que para evitar essa situação não resta outro caminho que não seja o dos cortes, da redução do déficit público a 5,3% do PIB - como pactuado para este ano com a União Europeia - e o de gastar de acordo com o que se arrecada.

"Tomamos o caminho que nos cabe, o das grandes nações nas grandes encruzilhadas", disse Rajoy, ao discursar para os deputados do grupo parlamentar do Partido Popular, que lidera.

Rajoy ressaltou que nem ele nem seu Governo falam de outros países e não estão "contra ninguém" na UE e, como todos têm problemas e precisam solucioná-los, espera que "os demais façam o mesmo, assumam suas responsabilidades e sejam prudentes em suas afirmações".

Deste modo, Rajoy parece ter criticado, sem citar nomes, a polêmica surgida pelas declarações de líderes como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, questionando a solvência da Espanha.


"Não se deve fazer caso ao barulho nem se distrair com coisas menores" ou de "pouca importância, que duram 24 horas", insistiu o chefe do Governo espanhol.

Frente a essas declarações, várias personalidades europeias saíram hoje em defesa da Espanha e descartaram a possibilidade de o país ser resgatado pela UE, o que ajudou a relaxar o assédio dos mercados de dívida e renda variável. Uma delas, um conselheiro do Banco Central Europeu, Benoit Coeure, assegurou em Paris que a situação que vivem os mercados espanhóis não reflete a realidade econômica do país.

O objetivo da reunião realizada hoje por Rajoy com os deputados de seu grupo parlamentar era informá-los sobre as novas medidas que o governo deve aprovar nas próximas semanas e que complementarão as já adotadas nos três primeiros meses de mandato.

Entre as próximas medidas, o Executivo anunciou na segunda-feira passada de forma imprevista um corte adicional de 10 bilhões de euros nas áreas de saúde e educação, após ter apresentado um orçamento "de guerra" com o qual espera economizar 27,3 bilhões de euros neste ano e que afeta todos os ministérios.

Frente aos pedidos de mais informações por parte da oposição e de setores sociais, e em meio a um amplo debate sobre o futuro da gratuidade desses dois serviços públicos representativos do estado de bem-estar, Rajoy não deu hoje nenhum detalhe e se limitou a dizer que as reformas da saúde e da educação serão aprovadas ainda neste mês.

Como parte desse debate público, o ministro da Economia, Luis de Guindos, ressaltou hoje que os cortes em saúde anunciados pelo governo são "a única forma" de garantir um sistema público, universal e de qualidade.

Os temores sobre um "desmantelamento" destes serviços públicos gratuitos são objeto de fortes críticas por parte da oposição de esquerda espanhola. A porta-voz parlamentar do opositor Partido Social Operário Espanhol (PSOE), Soraya Rodríguez, pediu hoje um comparecimento urgente de Rajoy no Congresso dos Deputados para explicar como vai se refletir "o corte brutal" de 10 bilhões de euros em saúde e educação.

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