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Queda dos juros gera otimismo com leilões no setor de energia

Para especialistas, o cenário em geral para o segmento já é mais positivo do que em 2016 e há perspectivas de boas oportunidades

Leilões: esse maior otimismo também pode agilizar negociações por ativos que já estavam no mercado no ano passado e não foram negociados até o momento (Steve Hockstein/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 22h19.

São Paulo - O início de um movimento de queda mais acentuada da taxa de juros do Brasil pode impulsionar negócios em energia elétrica , ao aumentar o interesse de investidores por licitações públicas para construção de linhas de transmissão e operação de hidrelétricas ou por aquisições de ativos.

Na opinião de especialistas ouvidos pela Reuters, o cenário em geral para o segmento já é mais positivo do que em 2016 e há perspectivas de boas oportunidades conforme o governo do presidente Michel Temer mostra-se comprometido a oferecer melhores retornos para atrair o capital privado em licitações e privatizações.

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Esse maior otimismo também pode agilizar negociações por ativos que já estavam no mercado no ano passado e não foram negociados até o momento.

"No final do dia, acho que essa redução nos juros deve ser mais um atrativo para o investidor estar buscando esses grandes ativos que estão a preços relativamente bons no mercado", disse o sócio da KPMG, Marcio Santos.

O Banco Central brasileiro surpreendeu o mercado na semana passada ao cortar a Selic, a taxa básica de juros, em 0,75 ponto percentual, para 13 por cento, ante expectativa majoritária de corte de 0,5 ponto percentual, e as apostas agora são de que um novo corte da mesma magnitude pode ser adotado em fevereiro.

Santos lembrou que, tradicionalmente, juros mais baixos aumentam os investimentos no setor elétrico.

O gerente de transações corporativas da E&Y, João Victor Ferraz, acredita que a estabilização da economia brasileira também deve impulsionar as transações, mesmo com um real mais valorizado do que em 2016, que tende a aumentar o custo dos negócios para estrangeiros.

"O ativo brasileiro ficou um pouco mais caro, mas em compensação a perspectiva ficou um pouco melhor. Acho que vamos ter transações maiores...com tíquete médio mais alto", disse Ferraz.

Ele aposta que negócios importantes podem ser viabilizados com a privatização de seis distribuidoras que a Eletrobras> pretende realizar até o final do ano.

Geração e transmissão

Há ainda um grande otimismo entre os especialistas quanto aos leilões que deverão oferecer neste ano a concessão para construção de novas linhas de transmissão e para a operação de hidrelétricas já existentes.

O sentimento é alimentado pelo bom resultado da última licitação de linhas de energia no ano passado, que atraiu grande competição após o governo elevar as taxas de retorno.

"Conversei com empresas e alguns players que não operavam em transmissão agora estão olhando (negócios no setor)...mesmo desenvolvedores de projetos hoje estão mais focados em transmissão, porque está mais atrativo", disse Ferraz, da E&Y.

As perspectivas também são otimistas para o leilão que o governo federal pretende realizar para ofertar ao mercado hidrelétricas cujas concessões venceram.

Em novembro de 2015, um certame desse tipo arrecadou 17 bilhões de reais em outorgas. Neste ano, o governo espera arrecadar cerca de 10 bilhões de reais.

O presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, estima que essas licitações devem atrair interesse de grandes agentes do Brasil e do exterior.

"Mas acredito mais nos internacionais, e com muito mais força os chineses. Deve ser um segmento em que os chineses vão aproveitar no ano de 2017".

Santos, da KPMG, ressaltou que a maneira como o governo reformulou as licitações de transmissão e da distribuidora Celg-D no ano passado, para atrair maior interesse, pode ajudar a impulsionar o sucesso de novos certames.

"Tem toda uma questão de como se prepara o ativo e como se atrai o investidor. Acho que a gente tem players importantes que estão no mercado com uma expectativa grande", afirmou.

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