Quando perdido, grau de investimento é difícil de recuperar
"Uma vez rebaixados, pouquíssimos países recuperam seu status prévio", diz estudo publicado por economistas do BC da Espanha
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 17h13.
São Paulo - O Brasil perdeu na noite de ontem o grau de investimento pela Standard & Poor's , justamente a primeira agência de rating a elevar o país a este status em 2008.
O Brasil ainda é grau de investimento pela Fitch e pela Moody's, mas não se sabe até quando - e recuperar nota pode ser mais difícil do que perder.
É o que mostra um estudo publicado em maio deste ano no portal de políticas públicas Vox por Carmen Broto e Luis Molina, economistas do Banco Central da Espanha.
Com foco justamente na S&P, eles olharam para o ciclo de altas e baixas da nota soberana de países do G-20 e dos mais afetados pela crise europeia.
O que eles encontraram foi uma forte assimetria entre os ciclos de alta e de baixa. A agência tende a reagir mais forte e rapidamente à piora das condições, mas custa a melhorar a nota de quem volta a ter performance positiva.
"Uma vez rebaixados pela agência, pouquíssimos países recuperam seu status prévio", dizem os autores. Em outras palavras: mesmo que o Brasil surpreenda economicamente, isso não significa que o grau de investimento voltaria facilmente.
Pouquíssimos países vivem o ciclo completo de alta, baixa e alta novamente: as notas tem bastante inércia e após o primeiro rebaixamento ou alta acontece, tendem a ser seguidos por mais rebaixamentos ou altas.
"Durante movimentos para baixo, as agências exibem uma sensibilidade excessiva em relação aos fundamentos econômicos, o que pode exacerbar o movimento no ciclo de negócios. Durante movimentos para cima, as autoridades tem pouca margem de manobra em acelerar as altas, na medida em que as notas das agências permanecem estáveis", diz o texto.
São Paulo - O Brasil perdeu na noite de ontem o grau de investimento pela Standard & Poor's , justamente a primeira agência de rating a elevar o país a este status em 2008.
O Brasil ainda é grau de investimento pela Fitch e pela Moody's, mas não se sabe até quando - e recuperar nota pode ser mais difícil do que perder.
É o que mostra um estudo publicado em maio deste ano no portal de políticas públicas Vox por Carmen Broto e Luis Molina, economistas do Banco Central da Espanha.
Com foco justamente na S&P, eles olharam para o ciclo de altas e baixas da nota soberana de países do G-20 e dos mais afetados pela crise europeia.
O que eles encontraram foi uma forte assimetria entre os ciclos de alta e de baixa. A agência tende a reagir mais forte e rapidamente à piora das condições, mas custa a melhorar a nota de quem volta a ter performance positiva.
"Uma vez rebaixados pela agência, pouquíssimos países recuperam seu status prévio", dizem os autores. Em outras palavras: mesmo que o Brasil surpreenda economicamente, isso não significa que o grau de investimento voltaria facilmente.
Pouquíssimos países vivem o ciclo completo de alta, baixa e alta novamente: as notas tem bastante inércia e após o primeiro rebaixamento ou alta acontece, tendem a ser seguidos por mais rebaixamentos ou altas.
"Durante movimentos para baixo, as agências exibem uma sensibilidade excessiva em relação aos fundamentos econômicos, o que pode exacerbar o movimento no ciclo de negócios. Durante movimentos para cima, as autoridades tem pouca margem de manobra em acelerar as altas, na medida em que as notas das agências permanecem estáveis", diz o texto.