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Pouca concorrência na indústria dificulta queda nos preços

"Um quarto da inflação de maio em São Paulo veio deste grupo de itens industrializados", comentou economista

"Um quarto da inflação de maio em São Paulo veio deste grupo de itens industrializados", comentou economista (Bill Pugliano/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 15h30.

São Paulo - A existência de segmentos da indústria nos quais a concorrência é pequena favorece o repasse de custos ao consumidor e dificulta a queda nos preços, num período em que a atividade econômica é fraca no Brasil e no qual os estoques estão elevados.

A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ( Fipe ), André Chagas.

Em entrevista ao Broadcast e por meio de um levantamento específico distribuído ao serviço noticioso da Agência Estado, ele destacou que este vem sendo um grande obstáculo até para que a política monetária mais dura adotada pelo Banco Central atinja o seu objetivo mais rapidamente, de combate à inflação elevada verificada no País em 2015.

"Um quarto da inflação de maio em São Paulo veio deste grupo de itens industrializados", comentou Chagas, referindo-se a uma série de componentes acompanhados pela Fipe no IPC. Entre este itens, estão preços de alimentos industrializados, artigos de limpeza, higiene e beleza e também remédios, que passaram por reajuste anual recentemente.

O IPC de maio, conforme divulgação feita na terça-feira, 02, pela Fipe, registrou taxa de 0,62% na capital paulista. No mesmo período, o estudo específico do instituto detectou que os alimentos industrializados apresentaram aumento de 0,64%; os artigos de limpeza tiveram alta de 1,46%; os preços de itens de higiene e beleza cresceram 0,71%; e os valores dos remédios subiram 1,83%.

"Não é só inércia inflacionária", comentou o coordenador do IPC, referindo-se ao fato de os itens permanecerem avançando gradativamente. "Há uma estrutura de concorrência que favorece esses repasses de custos", avaliou.

Para Chagas, com a falta de concorrência em diversos segmentos da indústria concentrados nas mãos de poucos grupos, fica mais fácil este repasse das despesas observadas em 2015. Neste ano, os preços administrados, principalmente a tarifa de energia elétrica, tiveram reajustes bastante significativos e o caminho natural de muitos produtores é a transmissão das despesas maiores para os consumidores, mesmo com a demanda fraca.

Conforme a Fipe, entre janeiro e maio de 2015, a energia elétrica ao consumidor acumulou alta de 49,20% em São Paulo e ficou com variação muito acima da inflação média captada pelo IPC, de 5,36%. O mesmo aconteceu no acumulado de 12 meses, já que o item avançou 74,52% ante 7,60% do indicador.

Ao fazer um paralelo com o segmento de empresas aéreas, onde ainda existe uma certa concorrência, André Chagas lembrou que a demanda fraca já trouxe a alternativa inevitável do barateamento das passagens de avião para que o setor atraia os consumidores numa disputa com as outras companhias existentes.

Em maio, por meio da pesquisa do IPC da Fipe, o destaque de baixa entre todos os itens pesquisados foi exatamente a passagem aérea, com deflação de 10,27%. E entre janeiro e maio, a queda acumulada foi de 17,16% em São Paulo. No acumulado de 12 meses, o recuo até maio foi de 25,90%, segundo a Fipe.

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São Paulo - A existência de segmentos da indústria nos quais a concorrência é pequena favorece o repasse de custos ao consumidor e dificulta a queda nos preços, num período em que a atividade econômica é fraca no Brasil e no qual os estoques estão elevados.

A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ( Fipe ), André Chagas.

Em entrevista ao Broadcast e por meio de um levantamento específico distribuído ao serviço noticioso da Agência Estado, ele destacou que este vem sendo um grande obstáculo até para que a política monetária mais dura adotada pelo Banco Central atinja o seu objetivo mais rapidamente, de combate à inflação elevada verificada no País em 2015.

"Um quarto da inflação de maio em São Paulo veio deste grupo de itens industrializados", comentou Chagas, referindo-se a uma série de componentes acompanhados pela Fipe no IPC. Entre este itens, estão preços de alimentos industrializados, artigos de limpeza, higiene e beleza e também remédios, que passaram por reajuste anual recentemente.

O IPC de maio, conforme divulgação feita na terça-feira, 02, pela Fipe, registrou taxa de 0,62% na capital paulista. No mesmo período, o estudo específico do instituto detectou que os alimentos industrializados apresentaram aumento de 0,64%; os artigos de limpeza tiveram alta de 1,46%; os preços de itens de higiene e beleza cresceram 0,71%; e os valores dos remédios subiram 1,83%.

"Não é só inércia inflacionária", comentou o coordenador do IPC, referindo-se ao fato de os itens permanecerem avançando gradativamente. "Há uma estrutura de concorrência que favorece esses repasses de custos", avaliou.

Para Chagas, com a falta de concorrência em diversos segmentos da indústria concentrados nas mãos de poucos grupos, fica mais fácil este repasse das despesas observadas em 2015. Neste ano, os preços administrados, principalmente a tarifa de energia elétrica, tiveram reajustes bastante significativos e o caminho natural de muitos produtores é a transmissão das despesas maiores para os consumidores, mesmo com a demanda fraca.

Conforme a Fipe, entre janeiro e maio de 2015, a energia elétrica ao consumidor acumulou alta de 49,20% em São Paulo e ficou com variação muito acima da inflação média captada pelo IPC, de 5,36%. O mesmo aconteceu no acumulado de 12 meses, já que o item avançou 74,52% ante 7,60% do indicador.

Ao fazer um paralelo com o segmento de empresas aéreas, onde ainda existe uma certa concorrência, André Chagas lembrou que a demanda fraca já trouxe a alternativa inevitável do barateamento das passagens de avião para que o setor atraia os consumidores numa disputa com as outras companhias existentes.

Em maio, por meio da pesquisa do IPC da Fipe, o destaque de baixa entre todos os itens pesquisados foi exatamente a passagem aérea, com deflação de 10,27%. E entre janeiro e maio, a queda acumulada foi de 17,16% em São Paulo. No acumulado de 12 meses, o recuo até maio foi de 25,90%, segundo a Fipe.

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