Protecionismo eleva déficit comercial em vez de reduzir, diz BCE
Declaração do banco veio poucos dias depois de as autoridades financeiras do G20 abandonarem sua promessa de comércio aberto
Reuters
Publicado em 22 de março de 2017 às 10h45.
Frankfurt - As políticas comerciais protecionistas podem aumentar, em vez de reduzir, o déficit comercial de um país, disse o Banco Central Europeu ( BCE ) em um estudo nesta quarta-feira, poucos dias depois de as autoridades financeiras das 20 maiores economias do mundo abandonarem sua promessa de comércio aberto.
Buscando reduzir um grande déficit comercial, a administração do presidente norte-americano, Donald Trump, propôs uma série de medidas protecionistas, como novos impostos de importação.
A Casa Branca também quer rever algumas de suas relações comerciais, inclusive com parceiros importantes como a Alemanha e a China, que vendem mais bens para os Estados Unidos do que compram.
De fato, os Estados Unidos já se retiraram da Parceria Transpacífica, pediram uma revisão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte e se recusaram a reafirmar sua promessa de livre comércio na reunião do G20 no último fim de semana, levantando temores de que o comércio global será impactado.
No entanto, os autores do documento do BCE --publicado no seu Boletim Econômico regular-- acreditam que o oposta é necessário.
"A adoção de políticas que facilitam a inovação e reduzem as barreiras protecionistas pode ajudar a melhorar a competitividade de uma economia", disse o documento do BCE. "As iniciativas multilaterais destinadas à liberalização comercial e financeira também podem reduzir os desequilíbrios externos de uma economia".
"Participar de cadeias de valor globais pode dar a uma economia vantagem competitiva temporária que resulta em um aumento de seu equilíbrio de conta corrente", acrescentou o BCE.