Economia

Produção petrolífera da América Latina crescerá 2,3% em 2013

Os cálculos não incluem a Venezuela e o Equador, dois importantes exportadores do "ouro negro" que pertencem à Opep


	Campo de exploração de petróleo: entre os outros países latino-americanos, Colômbia é a que mais aumentará sua produção ao alcançar os 1,03 mbd, 70 mil bd a mais que o ano passado.
 (REUTERS/Shannon Stapleton)

Campo de exploração de petróleo: entre os outros países latino-americanos, Colômbia é a que mais aumentará sua produção ao alcançar os 1,03 mbd, 70 mil bd a mais que o ano passado. (REUTERS/Shannon Stapleton)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 13h18.

Viena - A América Latina, exceto pelo Equador, México e Venezuela, produzirá este ano uma média de 4,82 milhões de barris diários (mbd) de petróleo, 2,3% a mais que em 2012, o que a tornará a segunda região fora da Opep com o maior crescimento de produção petrolífera depois da América do Norte.

É o que acredita a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em seu relatório mensal publicado nesta sexta-feira, que também fixa a demanda de petróleo da mesma região em 6,5 mbd, 3,5% mais que o ano passado.

Os cálculos não incluem a Venezuela e o Equador, dois importantes exportadores do "ouro negro" que pertencem à Opep, e por isso sua produção é sujeita às cotas estabelecidas pela organização.

Segundo as estimativas publicadas hoje, a Venezuela bombeou o mês passado 2,33 mbd e Equador, 507 mil bd.

Já o México, com uma produção de 2,88 mbd, está incluído no relatório como parte da região da América do Norte.

Entre os outros países latino-americanos, Colômbia é a que mais aumentará sua produção ao alcançar os 1,03 mbd, 70 mil bd a mais que o ano passado. Sobretudo os campos de Rubiales, Quifa e Castela contribuem para o aumento em 2013.

Em seguida vem o Brasil, com um aumento anual de produção de 60 mil bd, até 2,66 mbd, número menor em 35 mil bd que o estimado pela Opep há um mês.


Os analistas da organização ressaltam que durante o primeiro trimestre deste ano o Brasil anotou uma ligeira queda de 0,17 mbd em relação ao mesmo período de 2012.

A redução aconteceu especialmente em março, devido a "assuntos técnicos e de manutenção nos projetos P-9, PCE-1 e P-54".

"Espera-se que os (trabalhos de) manutenção continuem afetando as provisões de barris no segundo trimestre", mas que a produção brasileira repercutirá na segunda metade do ano graças a "novos barris" provenientes de "novas plataformas", comenta a Opep.

Assim, a organização calcula que o Brasil bombeie uma média de 2,62 mbd durante este trimestre, que aumentará para 2,71 mbd e 2,76 mbd no terceiro e quarto trimestre do ano, respectivamente.

Quanto ao México, estima-se que agora sua produção de petróleo cairá em 40 mil bd, até se situar em 2,88 mbd. Os números são um pouco mais baixos que os previstos no relatório de abril passado para o país.


Nos primeiros quatro meses de 2013, a jazida de Cantarell baixou seu rendimento, enquanto os campos de Ku-Maloob-Zaab (KMZ) de Chicontepec registraram aumento.

De acordo com a Opep, as provisões da Argentina também retrocederão até 6,9 mil bd, 30 mil bd a menos que em 2012, pois já durante o primeiro trimestre de 2013 os "dados preliminares" mostram uma redução anualizada de 40 mil bd.

Assim, a produção de toda a América Latina ficaria por volta de 10 mbd.

No que se refere à demanda de petróleo da região, é esperado um aumento sobretudo no Brasil, pois já em fevereiro foi registrado um aumento de 100 mil bd em relação ao mesmo mês de 2012, impulsionado pelos combustíveis industriais, que contribuíram para uma forte produção industrial no setor manufatureiro.

O México registrou no começo do ano uma queda anualizada da demanda, já que tanto os combustíveis industriais como os de transporte diminuíram devido à taxa manufatureira mais baixa desde janeiro de 2013. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEnergiaPetróleo

Mais de Economia

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Mais na Exame