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Produção industrial cresce 5,4% em fevereiro

Resultado, registrado na comparação com fevereiro de 2005, reflete expectativa de aquecimento da demanda por bens de capital e produtos como aparelhos de TV, automóveis e celulares

Produção em fábrica de espumantes (--- [])
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.

A indústria brasileira acelerou o ritmo das máquinas e produziu 5,4% a mais em fevereiro do que no mesmo mês de 2005. A taxa registrou o nível mais alto desde julho do ano passado e o quinto crescimento mensal consecutivo, com expansão em 19 das 27 atividades pesquisadas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As maiores taxas de crescimento no mês, na comparação com 2005, ficaram com os setores de bens de consumo duráveis (14,9%) e bens de capital (10,6%) Os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (6,3%) e bens intermediários (2,5%) também cresceram, ainda que abaixo da média.

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Para a economista-chefe do Banco Espírito Santo Securities, Sandra Utsumi, os números do segundo mês de 2006 são um reflexo de um otimismo maior quanto ao futuro econômico por parte de empresários e consumidores. As seguidas reduções da taxa básica de juros (hoje em 16,50% ao ano), promovidas desde setembro de 2005, animam as empresas a investir em máquinas, diz Sandra: "O indicador aponta a recuperação do investimento. À medida que o afrouxo monetário for se incorporando à economia, esse ciclo deve se reforçar". Já o consumo tem sido fomentado pela expectativa de aceleração da expansão do crédito, que acumula alta de 20% nos últimos doze meses, e pelo aumento da massa real dos trabalhadores - que exibiu avanço de 2,5% em fevereiro frente ao mesmo mês de 2005.

No primeiro bimestre de 2006, os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital também lideraram a produção industrial, que acumula crescimento de 4,2% no período, na média geral, contra o mesmo bimestre de 2005. Enquanto os bens de capital avançaram 8,6% na soma de janeiro e fevereiro, o setor de bens de consumo duráveis cresceu 16,6%, reforçado principalmente por televisores, automóveis e telefones celulares. "Passado o período de pagamento de prestações de final de ano, o comércio percebeu uma maior demanda por produtos de valor agregado", diz Sandra, lembrando que a indústria reforça a produção para atender à procura estimada.

Sem acúmulo de estoques

A aceleração da produção no primeiro bimestre também havia marcado a indústria em 2005, com avanço de 5,2% na comparação com os mesmos meses do ano anterior. No entanto, naquele ano, as fábricas se preparam para uma demanda dos consumidores que efetivamente não veio. Resultado: um acúmulo de estoques que derrubou as taxas de crescimento da produção de 3,9% no primeiro trimestre e 6,1% no segundo para o índice de 1,4%, repetido nos dois últimos trimestres do ano.

Sandra, no entanto, diz não acreditar que o efeito se repita em 2006. "No ano passado não houve a contrapartida à produção por causa da crise política e do aperto monetário. Neste ano o movimento não deve ocorrer, muito possivelmente, porque o ciclo monetário é diferente, com taxas de juros caindo e aumento da massa salarial", afirma.

Fevereiro x janeiro

Frente ao mês imediatamente anterior, a produção da indústria de fevereiro mostrou alta de 1,2%, com expansão em três das quatro categorias de uso pesquisadas. Avançaram os segmentos de bens de consumo duráveis (6%), bens de consumo semi e não duráveis (1,7%) e bens de capital (1,5%). Somente a categoria bens intermediários recuou (-,06%), após quatro meses seguidos de resultados positivos.

Entre as atividades, 15 das 23 pesquisadas exibiram crescimento, puxadas por farmacêutica (26,2%), veículos automotores (4,8%), máquinas e equipamentos (2,6%) e bebidas (3,7%).

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