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Produção de etanol hidratado pode cair mais, diz Cepea

A produção pode diminuir ainda mais na nova temporada (2017/18) com o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o etanol

Etanol: a mudança passou a valer a partir do dia 1º deste ano, e deve acentuar a desvantagem do hidratado frente à gasolina (.)
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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 15h50.

São Paulo - A produção de etanol hidratado, que caiu durante a safra de cana 2016/17 do centro-sul, diante da maior rentabilidade do açúcar e da perda de competitividade do combustível frente à gasolina C, pode diminuir ainda mais na nova temporada (2017/18) com o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o etanol, avaliou nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A mudança, decorrente do fim do benefício presente na Lei 12.859/13, que dava aos importadores e produtores de etanol um crédito para abatimento de valores durante sua comercialização, passou a valer a partir do dia 1º deste ano, e deve acentuar a desvantagem do hidratado frente à gasolina, acrescentou o órgão da Universidade de São Paulo (USP).

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O crédito correspondia a 21,43 reais por metro cúbico comercializado, para o PIS, e 98,57 reais por metro cúbico comercializado, para a Cofins, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis).

O benefício ao setor de etanol foi concedido em 2013, como forma de ajudar a indústria que enfrentava preços relativamente baixos dos derivados da cana.

"Mudança recente na política da Petrobras para a precificação dos derivados de petróleo, buscando paridade com as cotações internacionais, associada a variações exacerbadas da taxa cambial no atual contexto político, elevam as incertezas quanto à competitividade do hidratado", afirmou o Cepea em análise.

Por outro lado, o volume produzido de etanol anidro (misturado à gasolina) deve continuar crescente.

O Cepea afirmou também que deverá haver uma queda na safra de cana 2017/18 da região centro-sul-- segundo estimativas preliminares, de 10 a 20 milhões de toneladas em relação à temporada anterior.

"Ainda, a não expansão da área com cana e os tratos culturais deficientes em empresas ainda em situação financeira comprometida reforçam a projeção de baixa", comentou o centro de estudos.

Paralelamente, o Cepea disse esperar que no primeiro trimestre de 2017 haja alocação de área para plantio de cana de 18 meses, motivada pela melhora das condições financeiras no ano-safra 2016/17 e por expectativa de preços ainda elevados para o açúcar.

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