Privadas servem de cobertura contra desvalorização do rublo
Quando o rublo despencou 37% na primeira metade de dezembro, empresário detectou uma oportunidade: vasos sanitários russos
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2015 às 21h59.
Quando o rublo despencou 37 por cento na primeira metade de dezembro, o empresário cazaque Marat Mukhamedov detectou uma oportunidade: vasos sanitários russos.
Ao perceber que os mictórios, azulejos e outros acessórios de banheiro de que ele precisava para estocar o armazém da sua empresa de reforma de escritórios agora custavam metade do que seis meses antes, ele pediu o dobro da quantidade necessária para o ano seguinte a fim de aproveitar a taxa de câmbio .
“Gastamos o equivalente a cerca de US$ 200.000 para dobrar nosso estoque”, disse Mukhamedov, 37, de seu escritório da MZ Gesheft, na cidade cazaque de Almaty, onde ele é gerente de projetos da empresa que tem sete anos e emprega cerca de 50 funcionários. “Agora, temos uma vantagem de preços frente a parte da concorrência”.
Em um momento em que o confronto entre o presidente Vladimir Putin e o Ocidente está desacelerando a economia e paralisando as vendas na Rússia, os cazaques – os terceiros maiores compradores de bens russos – estão incrementando os pedidos para aproveitar a desvalorização de 41 por cento que fez do rublo a moeda com o pior desempenho do mundo nos últimos doze meses.
As compras de rublos se quadruplicaram no Cazaquistão em janeiro em relação ao ano anterior e totalizaram 60 bilhões de rublos (US$ 1 bilhão) durante os quatro meses a partir de outubro, segundo dados do Banco Central do Cazaquistão em Almaty.
A queda da moeda da Rússia é um dos motivos pelos quais a inflação chegou ao valor mais alto desde 2002. Este fato também está ajudando a economia, pois torna os bens russos mais baratos para pessoas como Mukhamedov.
Até mesmo a receita obtida pelo país com exportações de petróleo se manteve estável quando reconvertida a rublos, apesar do colapso de 53 por cento do petróleo bruto em dólares desde o ano passado.
Pechinchas
Caçadores de ofertas cazaques e bielorrussos compraram cerca de 90.000 dos 500.000 carros vendidos na Rússia em novembro e dezembro, segundo dados compilados pela PricewaterhouseCoopers. Trata-se de quase metade dos 182.000 veículos vendidos localmente nos dois países em todo o ano de 2014.
Produtos eletrônicos também estão cruzando a fronteira. A cem quilômetros da fronteira com o Cazaquistão, uma unidade da loja alemã de eletrônicos Media Markt começou a aceitar pedidos on-line e enviá-los a famílias cazaques. Seu estoque de celulares Galaxy Alpha, da Samsung Electronics Co,. na Rússia era US$ 77 mais barato do que no Cazaquistão, segundo uma comparação de preços feita pela Bloomberg em 13 de março.
No mês passado, o presidente Nursultan Nazarbayev instou seus cidadãos a “serem patrióticos e comprarem bens cazaques”.
Contudo, a demanda por rublos continua aumentando no Cazaquistão, disse a agência em Almaty do VTB Bank, que tem sede em Moscou, em um comunicado divulgado no dia 4 de março. Os cazaques compraram quase 22 bilhões de rublos (US$ 370 milhões) em dezembro e cerca de 17 bilhões de rublos em janeiro, em comparação com 3,8 bilhões de rublos em janeiro de 2014, segundo o Banco Nacional do Cazaquistão.
Efêmero
O aumento da demanda dos cazaques por rublos e bens russos poderia ser efêmero.
Os parceiros comerciais da Rússia, que faziam parte da antiga União Soviética, estão sendo pressionados a desvalorizar suas próprias moedas para manter a competitividade. A hyvnia da Ucrânia é a moeda com o pior rendimento neste ano em meio ao conflito com os separatistas pró-russos, e é seguida pela Bielorrússia, cuja moeda sofreu uma queda de 27 por cento frente ao dólar.
Em contraste, o tenge quase não mudou desde a desvalorização de 19 por cento em fevereiro de 2014.
O Cazaquistão está pagando até US$ 3 bilhões por mês para manter a taxa de câmbio em cerca de 185 por dólar, pois a queda dos preços do petróleo e a fuga de capitais estão pressionando o tenge, disse a Moody’s Investors Service, em um relatório publicado no dia 5 de março.
Com uma desvalorização iminente, os vasos sanitários russos concederam uma solução perfeita para Mukhamedov. “Temos uma pequena cobertura contra uma possível desvalorização do tenge por conseguir economizar custos com os materiais durante algum tempo”, disse ele.
Quando o rublo despencou 37 por cento na primeira metade de dezembro, o empresário cazaque Marat Mukhamedov detectou uma oportunidade: vasos sanitários russos.
Ao perceber que os mictórios, azulejos e outros acessórios de banheiro de que ele precisava para estocar o armazém da sua empresa de reforma de escritórios agora custavam metade do que seis meses antes, ele pediu o dobro da quantidade necessária para o ano seguinte a fim de aproveitar a taxa de câmbio .
“Gastamos o equivalente a cerca de US$ 200.000 para dobrar nosso estoque”, disse Mukhamedov, 37, de seu escritório da MZ Gesheft, na cidade cazaque de Almaty, onde ele é gerente de projetos da empresa que tem sete anos e emprega cerca de 50 funcionários. “Agora, temos uma vantagem de preços frente a parte da concorrência”.
Em um momento em que o confronto entre o presidente Vladimir Putin e o Ocidente está desacelerando a economia e paralisando as vendas na Rússia, os cazaques – os terceiros maiores compradores de bens russos – estão incrementando os pedidos para aproveitar a desvalorização de 41 por cento que fez do rublo a moeda com o pior desempenho do mundo nos últimos doze meses.
As compras de rublos se quadruplicaram no Cazaquistão em janeiro em relação ao ano anterior e totalizaram 60 bilhões de rublos (US$ 1 bilhão) durante os quatro meses a partir de outubro, segundo dados do Banco Central do Cazaquistão em Almaty.
A queda da moeda da Rússia é um dos motivos pelos quais a inflação chegou ao valor mais alto desde 2002. Este fato também está ajudando a economia, pois torna os bens russos mais baratos para pessoas como Mukhamedov.
Até mesmo a receita obtida pelo país com exportações de petróleo se manteve estável quando reconvertida a rublos, apesar do colapso de 53 por cento do petróleo bruto em dólares desde o ano passado.
Pechinchas
Caçadores de ofertas cazaques e bielorrussos compraram cerca de 90.000 dos 500.000 carros vendidos na Rússia em novembro e dezembro, segundo dados compilados pela PricewaterhouseCoopers. Trata-se de quase metade dos 182.000 veículos vendidos localmente nos dois países em todo o ano de 2014.
Produtos eletrônicos também estão cruzando a fronteira. A cem quilômetros da fronteira com o Cazaquistão, uma unidade da loja alemã de eletrônicos Media Markt começou a aceitar pedidos on-line e enviá-los a famílias cazaques. Seu estoque de celulares Galaxy Alpha, da Samsung Electronics Co,. na Rússia era US$ 77 mais barato do que no Cazaquistão, segundo uma comparação de preços feita pela Bloomberg em 13 de março.
No mês passado, o presidente Nursultan Nazarbayev instou seus cidadãos a “serem patrióticos e comprarem bens cazaques”.
Contudo, a demanda por rublos continua aumentando no Cazaquistão, disse a agência em Almaty do VTB Bank, que tem sede em Moscou, em um comunicado divulgado no dia 4 de março. Os cazaques compraram quase 22 bilhões de rublos (US$ 370 milhões) em dezembro e cerca de 17 bilhões de rublos em janeiro, em comparação com 3,8 bilhões de rublos em janeiro de 2014, segundo o Banco Nacional do Cazaquistão.
Efêmero
O aumento da demanda dos cazaques por rublos e bens russos poderia ser efêmero.
Os parceiros comerciais da Rússia, que faziam parte da antiga União Soviética, estão sendo pressionados a desvalorizar suas próprias moedas para manter a competitividade. A hyvnia da Ucrânia é a moeda com o pior rendimento neste ano em meio ao conflito com os separatistas pró-russos, e é seguida pela Bielorrússia, cuja moeda sofreu uma queda de 27 por cento frente ao dólar.
Em contraste, o tenge quase não mudou desde a desvalorização de 19 por cento em fevereiro de 2014.
O Cazaquistão está pagando até US$ 3 bilhões por mês para manter a taxa de câmbio em cerca de 185 por dólar, pois a queda dos preços do petróleo e a fuga de capitais estão pressionando o tenge, disse a Moody’s Investors Service, em um relatório publicado no dia 5 de março.
Com uma desvalorização iminente, os vasos sanitários russos concederam uma solução perfeita para Mukhamedov. “Temos uma pequena cobertura contra uma possível desvalorização do tenge por conseguir economizar custos com os materiais durante algum tempo”, disse ele.