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Premier francês aprova plano fiscal de 50 bilhões de euros

A aprovação evita uma crise com Bruxelas

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou nesta quarta-feira o congelamento dos salários dos funcionários públicos e dos subsídios sociais (PHILIPPE WOJAZER/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 07h45.

Paris - O novo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, obteve a aprovação de um plano de ajuste de 50 bilhões de euros na Assembleia Nacional, evitando, assim, uma crise com Bruxelas.

Por 265 votos a favor, 232 contra e 67 abstenções, a Assembleia Nacional adotou o programa de estabilidade orçamentária, que prevê um corte de 50 bilhões de euros no período 2014-2017. Agora, o texto será submetido à Comissão Europeia.

Para o Executivo, uma votação de confiança da Assembleia Nacional era indispensável para a imagem da França na Europa.

"É um ato basilar para a continuação do quinquênio presidencial", comemorou o premiê.

Apesar da vitória, Manuel Valls não escapou do fogo amigo, ao experimentar a maior dissidência da bancada do Partido Socialista em dois anos.

Na votação, 41 socialistas se abstiveram, prometendo intensos debates no futuro. Foram 30 a mais do que na votação de confiança em abril.

"Há uma fissura na maioria", constatou o líder da oposição da direita (UMP), Christian Jacob.

"Muitas abstenções, mas uma clara maioria de esquerdas", minimizou o presidente da bancada socialista, Bruno Le Roux.

Na esquerda, Valls perdeu votos dos Verdes (12 deputados votaram contra) e da Frente de Esquerdas (radical) - ambos opostos ao corte dos gastos públicos previsto no plano.

No Senado, onde a declaração de Valls era debatida, mas não seria votada, o programa de estabilidade contou com o apoio dos socialistas.

Já comunistas, centristas e a UMP criticaram o plano por razões diametralmente opostas, e os ecologistas defenderam "outra via".

O plano detalha a aplicação de 40 bilhões de euros em reduções de taxas e impostos para as empresas, e de 5 bilhões de euros para as famílias, além de um programa de cortes sem precedentes na França de 50 bilhões de euros.

Seu objetivo é reduzir o déficit público a 3% do PIB em 2015 (em comparação a 4,3% e, 2013) para se enquadrar à exigência da Comissão Europeia.

Depois da esmagadora derrota da esquerda nas eleições municipais de março, as críticas à política do governo abundaram nas fileiras socialistas.

Além da preocupação com o impacto dos cortes na reativação econômica, os socialistas discordam das medidas que afetam aposentados e assalariados.

As críticas foram parcialmente levadas em consideração por Valls.

Sem questionar o volume dos cortes, o premiê francês decidiu excluir o congelamento das pensões de aposentadoria inferiores a 1.200 euros e sinalizou que haverá um reexame, ano a ano, da situação dos funcionários que também tiverem seu salário congelado.

O primeiro-ministro defendeu que os cortes "devem ser acompanhados de uma política monetária mais ativa e de uma política cambial mais realista em nível europeu".

Depois desses anúncios, os deputados socialistas se dividiam entre a vontade de expressar um "voto de alerta", mediante a abstenção, e o desejo de evitar "um gesto de desconfiança" em relação ao governo.

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Paris - O novo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, obteve a aprovação de um plano de ajuste de 50 bilhões de euros na Assembleia Nacional, evitando, assim, uma crise com Bruxelas.

Por 265 votos a favor, 232 contra e 67 abstenções, a Assembleia Nacional adotou o programa de estabilidade orçamentária, que prevê um corte de 50 bilhões de euros no período 2014-2017. Agora, o texto será submetido à Comissão Europeia.

Para o Executivo, uma votação de confiança da Assembleia Nacional era indispensável para a imagem da França na Europa.

"É um ato basilar para a continuação do quinquênio presidencial", comemorou o premiê.

Apesar da vitória, Manuel Valls não escapou do fogo amigo, ao experimentar a maior dissidência da bancada do Partido Socialista em dois anos.

Na votação, 41 socialistas se abstiveram, prometendo intensos debates no futuro. Foram 30 a mais do que na votação de confiança em abril.

"Há uma fissura na maioria", constatou o líder da oposição da direita (UMP), Christian Jacob.

"Muitas abstenções, mas uma clara maioria de esquerdas", minimizou o presidente da bancada socialista, Bruno Le Roux.

Na esquerda, Valls perdeu votos dos Verdes (12 deputados votaram contra) e da Frente de Esquerdas (radical) - ambos opostos ao corte dos gastos públicos previsto no plano.

No Senado, onde a declaração de Valls era debatida, mas não seria votada, o programa de estabilidade contou com o apoio dos socialistas.

Já comunistas, centristas e a UMP criticaram o plano por razões diametralmente opostas, e os ecologistas defenderam "outra via".

O plano detalha a aplicação de 40 bilhões de euros em reduções de taxas e impostos para as empresas, e de 5 bilhões de euros para as famílias, além de um programa de cortes sem precedentes na França de 50 bilhões de euros.

Seu objetivo é reduzir o déficit público a 3% do PIB em 2015 (em comparação a 4,3% e, 2013) para se enquadrar à exigência da Comissão Europeia.

Depois da esmagadora derrota da esquerda nas eleições municipais de março, as críticas à política do governo abundaram nas fileiras socialistas.

Além da preocupação com o impacto dos cortes na reativação econômica, os socialistas discordam das medidas que afetam aposentados e assalariados.

As críticas foram parcialmente levadas em consideração por Valls.

Sem questionar o volume dos cortes, o premiê francês decidiu excluir o congelamento das pensões de aposentadoria inferiores a 1.200 euros e sinalizou que haverá um reexame, ano a ano, da situação dos funcionários que também tiverem seu salário congelado.

O primeiro-ministro defendeu que os cortes "devem ser acompanhados de uma política monetária mais ativa e de uma política cambial mais realista em nível europeu".

Depois desses anúncios, os deputados socialistas se dividiam entre a vontade de expressar um "voto de alerta", mediante a abstenção, e o desejo de evitar "um gesto de desconfiança" em relação ao governo.

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