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Preços do petróleo se aproximam do fundo do poço de 2008

Os preços do petróleo já estão perto do fundo do poço, alcançado no final de 2008 por causa da crise financeira mundial, declarou a Opep

Barris de petróleo: cotação do barril de petróleo usado como referência pela Opep caiu na sexta-feira para menos de US$ 40 pela primeira vez desde 18 de fevereiro de 2009 (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 21h00.

Viena - Os preços do petróleo já estão perto do fundo do poço, alcançado no final de 2008 por causa da crise financeira mundial provocada pela quebra do banco americano Lehman Brothers, declarou a Opep nesta segunda-feira.

A cotação do barril de petróleo usado como referência pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu na sexta-feira para menos de US$ 40 pela primeira vez desde 18 de fevereiro de 2009, informou o grupo petroleiro, sediado em Viena.

Em 2008, por causa da crise financeira e da recessão posterior, que freou a demanda por petróleo, o barril desabou até os US$ 33,36 em 24 de dezembro, 23% do valor da cotação de 3 de julho desse mesmo ano, quando bateu os US$ 140,73, recorde histórico até agora.

Para ver uma cotação tão baixa como a de dezembro de 2008 é preciso voltar a junho de 2004, quando esse mesmo nível era considerado bem mais elevado: o mundo tinha visto em anos anteriores, em 1998/1999, preços de US$ 10-12 o barril.

Os movimentos foram paralelos aos de outras marcas de petróleo, como o Brent, a referência europeia; ou o Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) (WTI), de referência nas Américas, que na sexta-feira fecharam a semana a US$ 43,61 e US$ 40,74 o barril nos mercados de Londres e Nova York, respectivamente.

Vários fatores coincidiram para promover o marcado descenso da semana passada, entre eles um aumento muito maior do que o esperado no nível das reservas comerciais de petróleo armazenadas nos EUA.

A isso se soma o fortalecimento do dólar em relação ao euro e a outras divisas e os temores com o arrefecimento das economias emergentes, sobretudo a chinesa.

Mas também a Opep e a Agência Internacional de Energia (AIE) contribuíram para o ambiente pessimista dos mercados petroleiros ao preverem uma desaceleração na demanda mundial de petróleo em 2016.

A AIE reduziu de 1,4 para 1,2 milhão de barris diários (mbd) o aumento da demanda este ano em relação ao próximo, e manteve em 1,8 mbd o aumento de 2015 em relação a 2014.

Em um de seus relatórios publicados na semana passada, a AIE estimou que "as perspectivas são menos boas para o próximo ano", quando a demanda deve crescer até 95,7 mbd.

Também a Opep manteve na quinta-feira, em seu relatório mensal, sua previsão de um moderado crescimento, de 1,6 mbd, em 2016.

Ambas instituições coincidiram ainda em ressaltar o elevado nível das reservas de petróleo armazenadas no mundo todo, reflexo das abundantes provisões que não foram usados.

Se na crise de 2008 o valor do petróleo desabou por uma recessão que reduziu o consumo petroleiro no mundo, a causa principal do forte barateamento atual é a oferta excessiva, criada graças aos investimentos dos anos 2011, 2012 e 2013, atraídas pelos preços médios anuais que passavam dos US$ 100.

O desenvolvimento de novas jazidas e sofisticadas técnicas para obter petróleo, como a fratura hidráulica que permite a exploração de petróleo de lutita, sobretudo nos Estados Unidos, levou a um aumento das provisões que superou o crescimento da demanda mundial.

Segundo a Opep, o forte excedente da oferta começou a ser armazenado nas reservas dos países consumidores a partir de maio de 2014, pouco antes de os preços começarem a cair.

Há um ano, outro elemento aprofundou o desabe: a nova estratégia da Opep de defender sua participação de mercado em lugar de reduzir sua produção para manter os preços, adotada na conferência ministerial do grupo de 12 países, realizada no fim de novembro de 2014.

Se a organização manterá seu curso ou não é a incógnita da próxima reunião, prevista para 4 de dezembro em Viena.

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A cotação do barril de petróleo usado como referência pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu na sexta-feira para menos de US$ 40 pela primeira vez desde 18 de fevereiro de 2009, informou o grupo petroleiro, sediado em Viena.

Em 2008, por causa da crise financeira e da recessão posterior, que freou a demanda por petróleo, o barril desabou até os US$ 33,36 em 24 de dezembro, 23% do valor da cotação de 3 de julho desse mesmo ano, quando bateu os US$ 140,73, recorde histórico até agora.

Para ver uma cotação tão baixa como a de dezembro de 2008 é preciso voltar a junho de 2004, quando esse mesmo nível era considerado bem mais elevado: o mundo tinha visto em anos anteriores, em 1998/1999, preços de US$ 10-12 o barril.

Os movimentos foram paralelos aos de outras marcas de petróleo, como o Brent, a referência europeia; ou o Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) (WTI), de referência nas Américas, que na sexta-feira fecharam a semana a US$ 43,61 e US$ 40,74 o barril nos mercados de Londres e Nova York, respectivamente.

Vários fatores coincidiram para promover o marcado descenso da semana passada, entre eles um aumento muito maior do que o esperado no nível das reservas comerciais de petróleo armazenadas nos EUA.

A isso se soma o fortalecimento do dólar em relação ao euro e a outras divisas e os temores com o arrefecimento das economias emergentes, sobretudo a chinesa.

Mas também a Opep e a Agência Internacional de Energia (AIE) contribuíram para o ambiente pessimista dos mercados petroleiros ao preverem uma desaceleração na demanda mundial de petróleo em 2016.

A AIE reduziu de 1,4 para 1,2 milhão de barris diários (mbd) o aumento da demanda este ano em relação ao próximo, e manteve em 1,8 mbd o aumento de 2015 em relação a 2014.

Em um de seus relatórios publicados na semana passada, a AIE estimou que "as perspectivas são menos boas para o próximo ano", quando a demanda deve crescer até 95,7 mbd.

Também a Opep manteve na quinta-feira, em seu relatório mensal, sua previsão de um moderado crescimento, de 1,6 mbd, em 2016.

Ambas instituições coincidiram ainda em ressaltar o elevado nível das reservas de petróleo armazenadas no mundo todo, reflexo das abundantes provisões que não foram usados.

Se na crise de 2008 o valor do petróleo desabou por uma recessão que reduziu o consumo petroleiro no mundo, a causa principal do forte barateamento atual é a oferta excessiva, criada graças aos investimentos dos anos 2011, 2012 e 2013, atraídas pelos preços médios anuais que passavam dos US$ 100.

O desenvolvimento de novas jazidas e sofisticadas técnicas para obter petróleo, como a fratura hidráulica que permite a exploração de petróleo de lutita, sobretudo nos Estados Unidos, levou a um aumento das provisões que superou o crescimento da demanda mundial.

Segundo a Opep, o forte excedente da oferta começou a ser armazenado nas reservas dos países consumidores a partir de maio de 2014, pouco antes de os preços começarem a cair.

Há um ano, outro elemento aprofundou o desabe: a nova estratégia da Opep de defender sua participação de mercado em lugar de reduzir sua produção para manter os preços, adotada na conferência ministerial do grupo de 12 países, realizada no fim de novembro de 2014.

Se a organização manterá seu curso ou não é a incógnita da próxima reunião, prevista para 4 de dezembro em Viena.

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