Preços de commodities devem cair 21%, mas seguirão altos, prevê o Banco Mundial
Cenário dificulta as perspectivas de crescimento de quase dois terços das economias em desenvolvimento que dependem da exportação de commodities
Agência de notícias
Publicado em 27 de abril de 2023 às 18h45.
Última atualização em 27 de abril de 2023 às 18h50.
O Banco Mundial espera que os preços globais de commodities caiam 21% neste ano em relação a 2022. Caso se confirme, este será o ritmo mais rápido desde o início da pandemia de covid-19.
O cenário dificulta as perspectivas de crescimento de quase dois terços das economias em desenvolvimento que dependem da exportação de commodities, afirma o Banco Mundial, em relatório divulgado nesta quinta-feira.
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Apesar da queda projetada, os preços de grandes grupos de commodities vão continuar bem acima das médias de 2015-2019, apontou.
Já os preços de alimentos deverão ter queda de 8%, mas continuar no segundo maior nível desde 1975 — o que significa pouco alívio para as 350 milhões de pessoas em insegurança alimentar no mundo afirma o Banco Mundial.
"Governos devem evitar restrições comerciais e proteger seus cidadãos mais pobres, usando programas direcionados de apoio à renda em vez de controle de preços", defende Indermit Gill, economista-chefe e vice-presidente sênior para Economia de Desenvolvimento do Banco Mundial.
Preços caindo
A organização projeta queda de 26% nos preços de energia. O barril do petróleo Brent deverá custar, em média, US$ 84 neste ano — 16% a menos que a média de 2022.
Preços do gás natural na Europa e nos EUA devem cair pela metade entre 2022 e 2023, e preços do carvão devem recuar 42% neste ano. Preços de fertilizante devem cair 37% neste ano, o que seria a maior queda anual desde 1974.
"O declínio nos preços de commodity no último ano ajudou a reduzir a inflação global. No entanto, banqueiros centrais precisam permanecer vigilantes, já que uma gama ampla de fatores pode elevar os preços e reacender as pressões inflacionárias", alertou o vice-economista-chefe e diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, Ayhan Kose.
Esses fatores incluem a oferta de petróleo mais fraca que o esperado, uma recuperação mais intensiva em commodities na China e uma intensificação das tensões geopolíticas ou condições climáticas desfavoráveis.