Preço de alimentos no varejo segue pressionado, diz FGV
Preços devem, porém, arrefecer com a deflação de preços agrícolas
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 17h43.
São Paulo - Enquanto no atacado a maioria dos preços dos alimentos está caindo ou desacelerando a alta em alguns casos, no varejo o cenário é diferente. A inflação ao consumidor mostra que os preços de itens alimentícios seguem bastante pressionados.
"No IPC (Índice de Preços ao Consumidor), a inflação de alimentos continua a todo vapor", disse o superintendente-adjunto de inflação do Ibre/Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, nesta quarta-feira, em entrevista para detalhar a alta de 0,38% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro.
O economista ressalta que em razão da sazonalidade a inflação dos produtos in natura acelerou em janeiro e foi quase três vezes maior em relação a dezembro (de 3,62% para 9,72%), contribuindo com 0,20 ponto porcentual da alta de 0,98% no IPC-M do primeiro mês de 2013. As hortaliças e legumes deram um salto, ao saírem de um aumento de 1,85% para 15,58%. Com as frutas não foi diferente: subiram 4,60% em janeiro ante 0,55%. "A única fruta que não teve alta foi a uva, que caiu 6,02%".
Apesar da expectativa de novas pressões advindas do grupo Educação em fevereiro, ainda por causa do aumento de mensalidades e material escolares, Quadros acredita que o pico de alta no IPC foi em janeiro. "Em fevereiro, pode desacelerar, mesmo com Educação", estimou.
De acordo com o economista, a expectativa de arrefecimento nos preços dos alimentos está calcada na deflação dos preços agrícolas que, segundo ele, irá "bater" no varejo em breve. Conforme a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Agropecuário cedeu 0,62% em janeiro, depois de aumento de 1,40% em dezembro. "O cenário é favorável, seguindo o curso das matérias-primas brutas. Talvez por causa de defasagem ainda não chegou, o que pode acontecer em fevereiro", afirmou.
Na avaliação de Quadros, as perspectivas para a safra de grãos no Brasil e nos Estados Unidos são otimistas, o que poderá fazer com que os preços dos alimentos ao consumidor desacelerem ou até recuem nos próximos meses. "Tudo indica que teremos taxas mais baixas. A oferta agrícola está bastante satisfatória, não somente a relacionada à soja, mas ao feijão, arroz e mandioca. Tem boas condições para quedas", afirmou.
O único ponto fora da curva, disse o economista, parece ser o trigo, que aumentou no varejo, passando de 1,91% em dezembro para 2,76% em janeiro, e ainda está subindo fortemente no atacado (de 5,03% para 8,47%). A alta, segundo ele, já estaria tendo efeito sobre os derivados, como o pão francês, cujo preço acelerou quase duas vezes mais no primeiro mês de 2013 ante um aumento de 0,23% em dezembro.
São Paulo - Enquanto no atacado a maioria dos preços dos alimentos está caindo ou desacelerando a alta em alguns casos, no varejo o cenário é diferente. A inflação ao consumidor mostra que os preços de itens alimentícios seguem bastante pressionados.
"No IPC (Índice de Preços ao Consumidor), a inflação de alimentos continua a todo vapor", disse o superintendente-adjunto de inflação do Ibre/Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, nesta quarta-feira, em entrevista para detalhar a alta de 0,38% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro.
O economista ressalta que em razão da sazonalidade a inflação dos produtos in natura acelerou em janeiro e foi quase três vezes maior em relação a dezembro (de 3,62% para 9,72%), contribuindo com 0,20 ponto porcentual da alta de 0,98% no IPC-M do primeiro mês de 2013. As hortaliças e legumes deram um salto, ao saírem de um aumento de 1,85% para 15,58%. Com as frutas não foi diferente: subiram 4,60% em janeiro ante 0,55%. "A única fruta que não teve alta foi a uva, que caiu 6,02%".
Apesar da expectativa de novas pressões advindas do grupo Educação em fevereiro, ainda por causa do aumento de mensalidades e material escolares, Quadros acredita que o pico de alta no IPC foi em janeiro. "Em fevereiro, pode desacelerar, mesmo com Educação", estimou.
De acordo com o economista, a expectativa de arrefecimento nos preços dos alimentos está calcada na deflação dos preços agrícolas que, segundo ele, irá "bater" no varejo em breve. Conforme a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Agropecuário cedeu 0,62% em janeiro, depois de aumento de 1,40% em dezembro. "O cenário é favorável, seguindo o curso das matérias-primas brutas. Talvez por causa de defasagem ainda não chegou, o que pode acontecer em fevereiro", afirmou.
Na avaliação de Quadros, as perspectivas para a safra de grãos no Brasil e nos Estados Unidos são otimistas, o que poderá fazer com que os preços dos alimentos ao consumidor desacelerem ou até recuem nos próximos meses. "Tudo indica que teremos taxas mais baixas. A oferta agrícola está bastante satisfatória, não somente a relacionada à soja, mas ao feijão, arroz e mandioca. Tem boas condições para quedas", afirmou.
O único ponto fora da curva, disse o economista, parece ser o trigo, que aumentou no varejo, passando de 1,91% em dezembro para 2,76% em janeiro, e ainda está subindo fortemente no atacado (de 5,03% para 8,47%). A alta, segundo ele, já estaria tendo efeito sobre os derivados, como o pão francês, cujo preço acelerou quase duas vezes mais no primeiro mês de 2013 ante um aumento de 0,23% em dezembro.