Economia

PPPs ajudaram principais metrôs do mundo a crescer

Com a maior parte da gestão pública, iniciativa privada em projetos de expansão foi a saída encontrada por grandes metrôs internacionais


	Metrô de Madri é um dos principais exemplos das PPPs em transporte público
 (Oli Scarff/Getty Images)

Metrô de Madri é um dos principais exemplos das PPPs em transporte público (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 08h42.

São Paulo – As parceria público-privada (PPPs) são uma das principais soluções encontradas pelos principais metrôs do mundo para crescer. Em um levantamento com alguns dos principais sistemas, a maior parte deles, gerenciada pelo poder público, usou a iniciativa privada para projetos de expansão.

Um dos principais exemplos é o metrô de Madri, que além ter linhas privadas operando sistemas de Veículo leve sobre trilhos (VLT) conectados ao sistema principal de metrô, também usou PPP para o projeto de linha que conecta o centro ao aeroporto internacional de Barajas.

Já os casos onde a iniciativa privada cuida da maior parte do sistema são raros. Um dos principais é o metrô de Buenos Aires, na Argentina. Embora o governo seja responsável pelo processo de expansão, a operação das linhas foi toda concedida para a iniciativa privada. A operadora atual do sistema é a Metrovias.

Confira no quadro abaixo como alguns dos principais metrôs do mundo operam seus sistemas e como a maior parte deles usou PPPs para ampliações.

Cidade Sistema principal Parcerias
Buenos Aires, Argentina Privado O sistema de metrôs da capital Argentina não tem parcerias em sua área central. É gerido pela Metrovías, uma empresa privada do grupo de infraestrutura Roggio. A concessão atual foi cedida para a empresa em 1994 .
Madri, Espanha Público As empresas respondem ao Consorcio Regional de Transportes de Madrid. A principal delas é a Metro de Madrid, que é pública e gere o sistema central de metrô. Conectadas a esse sistema principal, existem outras quatro linhas de Veículos Leve Sobre Trilhos (VLT), divididas entre empresas privadas e consórcios. Além disso, a expansão da malha até o aeroporto internacional de Barajas foi feita por meio de PPP.
Tóquio, Japão Público O sistema é operado por duas empresas principais, a Tokyo Metro (com capital dividido entre o governo nacional do Japão e a prefeitura de Tóquio) e a Tokyo Metropolitan Bureau of Transportation (gerida pela prefeitura de Tóquio). A conexão do centro com o subúrbio é feita por meio de linhas de trem de companhias privadas. A principal delas é a Japan Railway.
Chicago, Estados Unidos Público O sistema é gerido pela estatal Chicago Transit Authority. O metrô está estudando maneiras de financiamento para um plano de expansão de um de suas linhas, que segundo informações da empresa, poderá vir por meio de PPP.
Londres, Inglaterra Público O metrô de Londres é gerido pela Transport for London (TfL), uma empresa pública criada em 2000 para implementar o plano de expansão para os transportes da prefeitura de Londres. Até 2010, era composto por uma série de parcerias, o que acabou efetivamente quando a TfL finalizou a conclusão da Tube Lines.
Paris, França Público O metrô já foi gerido por empresas da iniciativa privada mas, atualmente, a gestão é feito RATP Group, uma empresa estatal que presta serviços de transporte público inclusive em outros países por meio de subsidiárias.
Nova York, Estados Unidos Público A construção do metrô de Nova York foi feita de forma mista, com fundos públicos e privados, e as empresas responsáveis pelas primeiras linhas eram privadas. Atualmente, o sistema central de metrô é público, com gestão feita pela New York City Transit Authority. Ligados a ele, existem sistemas que surgiram por meio de parcerias entre iniciativa pública e privada, como o AirTrain JFK, que conecta o aeroporto John F. Kennedy ao sistema de metrôs da MTA e é operado pela canadense Bombardier.
Nova Déli, Índia Público A parte central do metrô é operada pela estatal Delhi Metro Rail Corporation. A PPP entrou em cena para a construção da Airport Express Line, linha que conecta o Aeroporto Internacional Indira Gandhi ao centro da cidade.
Moscou, Rússia Público O sistema também tem gestão pública. Recentemente, abriu uma licitação para a compra de novos carros para suas linhas, no que poderá ser a primeira PPP da empresa estatal.
Pequim, China Público O sistema é operado pela Beijing Mass Transit Railway Operation, uma empresa estatal. Para ampliar o metrô e construir a linha 4, porém, a cidade utilizou o sistema de PPP com a MTR Corporation, de Hong Kong.
São Paulo, Brasil Público O sistema é operado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo e a ampliação também está acontecendo por meio de parcerias. A linha 4, amarela, foi a primeira do sistema a ser concedida para um consórcio da iniciativa privada.
Copenhague, Dinamarca Público O metrô tem atualmente duas linhas com operação de uma empresa estatal. Recentemente, porém, foi anunciada uma ampliação com a inauguração de uma linha circular. A construção será feita pela empresa privada Salini e a venda de trens e gestão pelos cinco primeiros anos será feita pela empresa italiana Ansaldo.
Seul, Coreia do Sul Público A maior parte do primeiro metrô do país é operada por duas empresas principais, a Korail e a Seoul Metropolitan Subway, ambas estatais. Algumas partes mais novas do sistema, porém, são operadas por meio de PPP. Um exemplo é a U-line.
Berlim, Alemanha Público O sistema principal do metrô de Berlim é o U-Bahn, controlado pela estatal Berliner Verkehrsbetriebe. Complementando a malha está o sistema de VLT, o S-Bahn, controlado pela Deutsche Bahn AG, que tem o governo como principal acionista.
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