Economia

Política de gastos será anunciada nas próximas semanas

Sem Orçamento para 2015 aprovado, o governo deve anunciar a política de gastos públicos para esse ano nas próximas semanas, disse o novo ministro da Fazenda


	Joaquim Levy: segundo ele, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal norteará as despesas e a concessão de incentivos
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joaquim Levy: segundo ele, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal norteará as despesas e a concessão de incentivos (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 18h16.

Brasília - Sem Orçamento para 2015 aprovado, o governo deverá anunciar, nas próximas semanas, a política de gastos públicos para este ano, anunciou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Segundo ele, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal norteará as despesas e a concessão de incentivos federais.

“A adequação do Orçamento de 2015 às perspectivas de arrecadação da União ocorrerá nas próximas semanas, de acordo com os ritos da Lei de Responsabilidade Fiscal, e por meio de mecanismos bem estabelecidos de modulação dos gastos. O rigor de verificação no pagamento dos serviços contratados e de contas diversas apresentadas ao Tesouro acompanhará a tônica do governo no controle e melhora do gasto público”, declarou Levy.

Pela regra atual, caso o governo federal inicie um ano sem o Orçamento-Geral da União aprovado, os gastos obrigatórios continuam a ser executados normalmente.

Os investimentos federais, no entanto, passam a ser executados por meio de restos a pagar (verbas de anos anteriores) e a obedecer a limites mensais determinados pelo duodécimo – a cada mês, o governo pode gastar um doze avos dos investimentos executados no ano anterior.

Durante o discurso de posse, o ministro ressaltou que os novos sistemas de controle implementados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) permitirá monitorar, com mais eficiência, o processo e a qualidade do gasto público. Ele lembrou que o corte de subsídios a empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o maior rigor na concessão de pensões por morte, do seguro-desemprego e do abono salarial evitarão excessos de gastos sem retirar benefícios a quem tem direito.

Levy destacou ainda que eventuais incentivos fiscais, de agora em diante, terão de respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina que reduções de tributos e benefícios só podem ser concedidos se houver fonte específica de recursos. Segundo ele, a concessão irresponsável de benefícios setoriais leva ao baixo crescimento econômico.

“Não podemos procurar atalhos e benefícios que impliquem em redução acentuada da tributação para alguns segmentos, por mais atraente que elas possam ser, sem considerar seus efeitos na solvência do Estado, face à expansão persistente dos gastos obrigatórios ou não. Porque essa seria a fórmula para o baixo crescimento endêmico”, declarou.

O novo ministro da Fazenda lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê criteriosa análise e medidas compensatórias para qualquer benefício fiscal ou redução de impostos, assim como para a criação de novas despesas obrigatórias ou continuadas.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGovernoJoaquim LevyOrçamento federalPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor