PIB calculado pelo Itaú Unibanco deve crescer 0,9% em julho
O cenário de crescimento para o próximo ano contempla uma maior intensidade na economia dos efeitos da redução de juros que vem sendo implementada pelo BC
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 16h28.
Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 16h29.
São Paulo - A economia brasileira deverá crescer 0,9% em julho ante junho, segundo os critérios de medição da atividade econômica adotados pelo Itaú Unibanco , que mensalmente divulga a sua medida de PIB , o PIB Itaú Unibanco (Pibiu).
A informação foi dada nesta terça-feira, 15, pelo economista-chefe da instituição, Mário Mesquita, e equipe.
"Teremos uma alta de 0,9% no mês de julho, uma melhora na margem, começando bem o terceiro trimestre", disse o economista durante coletiva na sede do Itaú BBA, em São Paulo.
Em junho, na comparação com maio, considerando os ajustes sazonais, o Pibiu cresceu 0,6%. A expansão sobe para 1,9% na comparação com junho do ano passado.
Para o ano, o Itaú Unibanco projeta um pequeno crescimento de 0,3%. Essa projeção já considera a estimativa do banco de queda de 0,2% da atividade econômica no segundo trimestre ante o primeiro trimestre. Para 2018, a equipe de Mário Mesquita projeta uma expansão de 2,5% da economia.
O cenário de crescimento delineado por Mário Mesquita para o próximo ano contempla uma maior intensidade na economia dos efeitos da redução de juros que vem sendo implementada pelo Banco Central.
"No ano que vem vamos ver com maior intensidade o que o BC vem fazendo com a taxa de juro", disse o economista, que não inclui no seu cenário a aprovação da reforma da Previdência neste ano.]
Meta fiscal
Mário Mesquita disse que se sentiria surpreso se nenhuma agência de classificação de risco não reagir a uma revisão significativa da meta fiscal.
De acordo com ele, uma mudança simples da meta, desde que acompanhada pelas reformas política e estruturantes, não causaria grandes problemas.
Mas, considerando a possibilidade de o déficit chegar a algo como R$ 170 bilhões, seria difícil nenhuma agência de classificação de riscos não reagir à mudança e baixar o rating do Brasil.
"Ficaria muito surpreso se nenhuma agência reagisse a uma mudança da meta", disse Mesquita, ressaltando sua percepção de que o governo não cumprirá a meta por causa da frustração das receitas.
Durante os comentários, Mesquita disse também que o Itaú Unibanco considera como taxa de equilíbrio um câmbio de R$ 3,30.
Mesquita disse reconhecer que taxa de câmbio de equilíbrio é boa para a economia, mas que pode não ser boa para mais ninguém.
Ele se referiu aos exportadores, que querem sempre uma taxa de câmbio maior, e aos importadores, que sempre se posicionam por uma taxa de câmbio menor.